Os linces ibéricos “Fruta” (fêmea) e “Fresco” (Macho) – a viver em cativeiro desde novembro de 2010 no Centro Nacional de Reprodução de Lince Ibérico (CNRLI) de Silves (Algarve) foram dia 24 de março pais de dois linces bebés.

Uma das crias perdeu-se, mas há outra que está a sobreviver, já anda e até começou a desprender as orelhas, contou hoje à Lusa fonte do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB).

Segundo o instituto, das três fêmeas que pariram no CNRLI, apenas Fruta mantém atualmente uma cria e apesar de até ao momento “tudo parecer normal, é necessário ter cautela ao analisar as possibilidades de sucesso da sua resistência”.

Segundo Rodrigo Serra, diretor do CNRLI, a mortalidade neo-natal em linces ibéricos é frequente.

Em 2009, por exemplo, “40 por cento das crias que nasceram [em Espanha] morreram até aos dois meses de idade”, observou Rodrigo Serra.

Em seis anos de reprodução em cativeiro, apenas uma fêmea primeiriça subadulta – que é o caso da “Fruta” – conseguiu levar uma ninhada até aos três meses de idade sem perder nenhuma cria nem ter sido necessário criar a ninhada artificialmente.

Pelo menos quatro crias de lince ibérico morreram este ano em março no CNRLIN.

“Fruta” nasceu em abril de 2009, em cativeiro, no Centro de El Acebuche, Doñana (Espanha) e foi emparelhado com o macho “Fresco” (nascido em março de 2009), a 24 de novembro de 2010, tendo em conta o baixo grau de parentesco entre ambos, o que torna os linces resultantes deste casal “bons candidatos para a reintrodução”, explica o ICNB.

Para o CNRLI, “as expetativas desta época de reprodução em Silves não são muito altas, dado ser comum o comportamento de abandono de crias”.

Em 2010, as duas primeiras e únicas crias nascidas em Silves da fêmea “Azahar” não sobreviveram, acabando por morrer “de forma aguda num curto espaço de tempo”.

A época de reprodução dos linces ibéricos decorre entre dezembro e junho, tendo sido conseguido no centro de Silves que todas as subadultas “copulassem pela primeira vez”.

Atualmente, a população residente do único centro português é composta por 19 linces, 16 adultos e três jovens, dos quais 11 machos e oito fêmeas.

Lusa