Depois de a Estradas de Portugal ter implementado um novo sistema para cobrança de portagens a estrangeiros, que associa a matrícula a um cartão de crédito (de nome ‘Easy Toll’, em inglês), os turistas que visitam Portugal são encaminhados por sinalética para o parque onde está o posto de controlo aduaneiro luso-espanhol, local onde foram instaladas as máquinas que fazem a leitura do cartão e da matrícula.
À chegada ao local, muitos não sabem o que fazer e só com a ajuda de cerca de cinco funcionários conseguem optar por uma das várias modalidades de pagamento, que continuam a merecer críticas dos visitantes, sobretudo espanhóis, como a Lusa constatou hoje no local.
José Navarro, residente em Sevilha, vai a Albufeira por três dias e optou pela modalidade de compra de um título pré-pago de três dias, com um custo fixo de 20 euros, mas ficou surpreendido por não poder pagar em dinheiro e apenas poder fazer o pagamento com cartão de crédito ou débito.
“Não têm gente que só tem dinheiro e que não tem cartões em Portugal? Isto é muito complicado, por que não instalaram um sistema de portagens normal, onde quem passa paga?”, questionou o sevilhano.
Jesus de la Rosa foi de Saragoça passar 15 dias à Andaluzia (província espanhola junto ao Algarve) e perguntava porque os estrangeiros tinham que entrar no parque. Quando lhe responderam que era para pagar as portagens, interrogou-se sobre a razão de não ser retirado um bilhete à entrada e depois apresentado à saída para pagar.
“Não sabia que havia esse sistema eletrónico. Assim vou chegar à primeira saída, que não se paga, e vou voltar para trás, já não vou a Portugal”, afirmou.
No tempo em que a Lusa esteve no local, dezenas de carros pararam para os estrangeiros perguntarem aos funcionários como procediam para pagar as portagens, mas as notas dominantes foram confusão, dúvidas e incompreensão por se ter optado por um sistema de cobrança eletrónica.
A Via do Infante (A22) é uma das antigas autoestradas sem custos para os utilizadores (SCUT) que o Governo decidiu portajar desde 08 de dezembro passado. Os responsáveis pelo setor turístico do Algarve e a comissão de utentes daquela via sempre contestaram a medida, que dizem ter provocado uma quebra na entrada de espanhóis no país e ter prejudicado a principal atividade económica da região.
Lusa