A mensagem foi deixada pelo reitor do Seminário da Diocese do Algarve no encerramento da cadeia ininterrupta de oração durante 15 dias que a Igreja algarvia voltou a realizar para que surjam padres e religiosos.
“O lausperene continua a fazer sentido porque é oferecer um pouco da nossa vida pelo bem da Igreja, porque é oferecer o tempo da nossa vida pelo amor aos sacerdotes, porque é oferecer um pouco da nossa vida para que o Senhor dê coragem aos jovens que Deus chama ao sacerdócio, porque é oferecer um pouco da nossa vida para que, através destes ministérios, o mundo possa conhecer as palavras, os gestos e a pessoa de Jesus que é o único salvador da humanidade. É por isso que rezar nunca é demais e é o primeiro grande serviço às vocações”, afirmou o padre António de Freitas na igreja matriz de Monchique, onde teve lugar no último sábado a Eucaristia de conclusão do lausperene diocesano.
O lausperene – a adoração permanente ao Santíssimo Sacramento – para pedir a Deus vocações de consagração, tanto no sacerdócio, como na vida religiosa ou nos institutos seculares realizou-se de 23 de outubro a 05 de novembro, decorrendo no âmbito da Semana dos Seminários que se realizou a nível nacional de 30 de outubro a 6 de novembro sob o tema “Não te envergonhes de dar testemunho de Cristo” (2 Tim 1,8).
Na Eucaristia de encerramento a que presidiu, o reitor do Seminário de São José – instituição que promoveu uma vez mais o lausperene – advertiu para a necessidade de dar continuidade àquela iniciativa. “Se o lausperene é importante nos 15 dias em que se realiza, não acabou aqui o trabalho. Ele deve ser uma espécie de motor que novamente nos lembra que é preciso rezar todos os dias, agradecendo o dom dos sacerdotes, agradecendo os seminaristas que já temos, mas pedindo sempre mais ao Senhor que nos conceda mais vocações”, afirmou o padre António de Freitas.
“Que nunca nos cansemos de rezar porque o Senhor nunca se cansa de nos ouvir. Que nunca nos cansemos de rezar pelos sacerdotes porque o Senhor não se cansa de nos enviar e «bater à porta» dos jovens para se entregarem a este ministério”, prosseguiu, acrescentando: “Do modo como estimamos, como rezamos, como pensamos no ministério sacerdotal também, em certa parte, depende o brotar de novas vocações. Por isso, faz parte da vida de cada cristão este trabalho da pastoral vocacional. Cada um de nós é cuidador dos ministros ordenados e dos vocacionados”.
O sacerdote realçou ainda a importância da alegria nas paróquias para a pastoral vocacional. “Os padres são homens que, crescendo nas comunidades cristãs, aprendem nelas esta alegria de viver. A fé com que vivemos nas comunidades é fundamental para que daí brotem jovens com entusiasmo, com alegria e com coragem para se entregarem também ao serviço do Senhor neste ministério, neste serviço”, afirmou, alertando que “quando uma comunidade não é alegre, não vive com entusiasmo, é difícil que surjam vocações”. “Sempre que as comunidades são vivas e vivem esta certeza em Jesus na ressurreição, daí brotam os ministérios, os servidores do povo de Deus”, acrescentou.
Aquele responsável disse ainda que “a grande missão do padre é ajudar as comunidades a viver neste tempo terreno já a eternidade, a alegria da ressurreição, os bens da vida eterna”. “no fundo, o padre é um servidor da eternidade aqui na terra para que as pessoas possam acolher e ter em si esta vida em abundância que Jesus nos veio oferecer. Por isso, é muito importante rezarmos pelos sacerdotes e pelas vocações, para que se veja neles esta alegria e este entusiasmo de servir o povo de Deus”, disse, acrescentando que “o padre não é um homem qualquer”. “São homens que transportam em si o serviço de Deus, os bens eternos de Deus que querem dar esperança e alegria à vida de cada um na comunidade. E por isso é que é importante rezar e falar das vocações nas comunidades cristãs. E, por isso, hoje quero dizer-vos a cada um, mas também através desta a todas as comunidades do Algarve o nosso muito obrigado pela oração pelos seminários, pelos seminaristas, pelas vocações”, agradeceu na Missa concelebrada pelo padre Samuel Camacho, prefeito do Seminário de Faro, que contou também com a participação de muitas crianças.
O lausperene diocesano percorreu as várias comunidades paroquiais, segundo o programa construído pela Diocese do Algarve e assegurado também pelas congregações, grupos e movimentos católicos com um itinerário distribuído pelas regiões pastorais do barlavento, centro e sotavento.