A obra, em curso desde o início do verão, incide sobre a cobertura e as paredes do edifício, cuja degradação representava um fator de perigo para os paroquianos, embora nunca se tenha registado qualquer incidente.
“É um pequeno ponto de obras, para por aquilo em ordem necessitávamos de muito mais, pelo menos de um milhão de euros”, referiu Lúcio de Sousa, acrescentando que o dinheiro disponível para a obra é de apenas cerca de 100 mil euros.
Desse valor, 45 por cento é comparticipado pelo Estado através do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC), sendo o restante investimento da responsabilidade da Santa Casa.
“Temos receitas próprias, provenientes das nossas valências sociais, e vamos recebendo alguns donativos, mas vivemos muito apertados e é com grande dificuldade que fazemos este investimento”, sublinhou Lúcio de Sousa.
Segundo o responsável, o facto de a igreja estar encerrada há vários anos acelerou a degradação das paredes, por falta de circulação de ar, havendo ainda um problema de infiltração de água, sobretudo ao nível da cúpula.
A sacristia e o altar, parcialmente revestidos a madeira, também estão bastante degradados e a sua recuperação seria o passo seguinte nas obras se houvesse verbas disponíveis, acrescentou.
Lúcio de Sousa gostava de converter a sacristia num pequeno museu onde seriam exibidas peças litúrgicas e imagens antigas, mas para isso é preciso não só restaurar essa parte da igreja como as próprias peças.
“É uma pena que uma igreja com esta localização, por onde passam inúmeros turistas, esteja fechada há tanto tempo”, lamentou o vice-provedor, que quer lançar uma campanha de angariação de fundos para permitir que as obras continuem.
A procissão do Enterro do Senhor, cujo cortejo parte e chega àquela igreja nas sextas-feiras santas, chegou a ser cancelada devido aos problemas de segurança do templo.
A igreja situa-se no edifício antes ocupado pelo Hospital da Misericórdia, que encerrou quando abriu o Hospital de Faro, em 1979.