Cerca de 300 pessoas concentraram-se no sábado em protesto contra o encerramento da passagem de nível pedonal perto da estação ferroviária de Olhão, alegando que a alternativa que existe “não oferece condições” para pessoas com mobilidade reduzida.
No protesto convocado pela Câmara e pela Junta de Freguesia de Olhão, os autarcas e a população exigiram a reabertura da passagem pedonal encerrada em setembro pela Rede Ferroviária Nacional (Refer).
A Refer justificou o encerramento da passagem de nível pedonal, entre a Avenida Dr. Bernardino da Silva e a Avenida da República, em 30 de setembro, com o aumento do risco para os utilizadores com o novo modelo de sinalização ferroviária, que permite aos comboios circularem a maior velocidade em zonas onde antes não era possível.
A vedação que impedia a passagem das pessoas, foi danificada e derrubada por desconhecidos na madrugada de sábado, o que permite o acesso à linha férrea.
O presidente da Câmara de Olhão, António Pina, disse à agência Lusa que o risco de segurança que a Refer alega “pode ser combatido com o aumento de sinalização visual e sonora”.
“Defendemos e vamos continuar a exigir a reabertura da passagem pedonal e propomos que se implementem medidas, tais como a colocação de sinalização visual e sonora”, sublinhou o autarca.
Segundo António Pina, a passagem de nível inferior apresentada como alternativa à anterior “não serve os interesses da população, porque não tem condições para ser utilizada por idosos e pessoas com mobilização reduzida”.
“Não oferece condições porque está mal preparada para ser utilizada por pessoas idosas, em cadeiras de rodas e com carrinhos de bebé”, alegou o autarca.
O presidente da Câmara de Olhão disse ainda que acredita que a Refer, “nomeadamente o seu conselho de administração, seja sensível aos protestos da população e repense a reabertura da passagem pedonal” junto à Estação de Olhão, uma zona de grande movimentação da cidade.
Em declarações à Lusa, Susana Abrantes, porta-voz da Refer, argumentou que, segundo a lei, devem ser encerradas todas as passagens pedonais em locais com passagens alternativas desniveladas a menos de 700 metros, uma forma de evitar acidentes como o que aconteceu numa passagem pedonal em agosto, em Faro, que tinha sido recentemente automatizada, resultando na morte de um idoso.
A mesma fonte acrescentou que com o antigo modelo de sinalização ferroviária os comboios eram obrigados a parar em certas estações, o que fazia com que circulassem a velocidades mais reduzidas.
“Esta medida visa exclusivamente a salvaguarda dos utilizadores”, sublinhou Susana Abrantes, observando que a nova passagem “é mais segura e não comporta quaisquer riscos”.