A oração, promovida em cada domingo do presente tempo da Quaresma na Sé de Faro pelo Cabido daquela catedral, pediu na última edição que se acolha Cristo crucificado com o coração para o colocar no centro da vida.
“É preciso e é urgente colocarmos de novo Cristo crucificado no centro da nossa vida”, começou por referir o chantre do Cabido da catedral, que presidiu no último domingo àquela celebração marcadamente penitencial que foi orientada pelo Renovamento Carismático Católico (RCC).
O cónego Carlos de Aquino disse que “acolhe-se Cristo crucificado com o coração”. “É o coração que precisamos converter para sermos a Igreja de Cristo, para caminharmos neste tempo com Cristo e para sermos dom de Cristo a este tempo”, sustentou, referindo-se a “um coração novo, um coração de carne e não de «pedra», um coração habitado pelo Espírito Santo, pelo amor de Deus, não pelos ódios, pelas vinganças, pelos ciúmes ou pelas violências”.
O sacerdote acrescentou que “ninguém que tenha um coração puro, coração cheio de Deus, um coração habitado pelo Espírito Santo se torna instrumento de violência, de morte, ceifando a dignidade de quem seja”. “Sem um coração novo, sem o Espírito em nós e sem a presença do Crucificado em nós podemos tornar as nossas vidas um inferno, um deserto, um vazio”, alertou.
O cónego Carlos de Aquino considerou que “o mundo precisa de Deus, precisa da Igreja e precisa dos cristãos”. “Por isso, peçamos ao Espírito Santo que nos renove, nos transforme e nos dê a capacidade, nos desertos da vida e nos calvários deste mundo, de nunca silenciarmos a verdade e nunca deixarmos de ser os homens e as mulheres de Deus de que este mundo tanto precisa. Que nunca sejamos nós os causadores das crucifixões e das mortes”, pediu.
O chantre alertou ainda que “só um coração puro, livre, habitado pelo Espírito Santo sabe rezar” nas horas de “sofrimento” e “dificuldade da vida”.
A oração – concelebrada também pelos cónegos Mário de Sousa e Rui Barros Guerreiro e pelo assistente do RCC, o padre António Moitinho – prosseguiu com um momento simbólico de entronização da cruz em que lhe foi colocada uma faixa roxa, alusiva ao tempo quaresmal. Cada participante, tendo recebido um papel à entrada, foi convidado a escrever nele o que quisesse “ou não escrever nada” e a colá-lo na cruz que ficou revestida de mensagens.
A Conferência Nacional do RCC tem personalidade jurídica canónica e personalidade jurídica civil, nos termos da Concordata, entre a Santa Sé e a República Portuguesa; para além das equipas diocesanas também fazem parte da conferência três comunidades – Emanuel, Canção Nova e Cristo Betânia.
O Renovamento Carismático Católico nasceu durante um retiro de estudantes da Universidade Duquesne de Pittsburgh (Pensilvânia – EUA), em 1967 e está hoje presente em mais de 200 países, com mais de 120 milhões de membros.
