O padre Lino Maia alertou os trabalhadores da rede social para que tivessem cautelas.
“O nosso setor é reconhecido e apreciado. A nível nacional, as instituições congéneres são responsáveis por cerca de 250 mil empregos. Empregamos mais gente do que o próprio setor dos transportes. Começamos já a ser um pouco invejados e pode haver apetites um pouco perniciosos”, acrescentou.
A CNIS goza hoje de uma imagem de admiração e respeito e, por isso, “é evidente que pode correr riscos pelos apetites de protagonismo e de desvios”, observou, voltando a pedir às pessoas das instituições de solidariedade para estarem atentas.
Para o padre Lino Maia, recordando os discursos dos candidatos à Presidência da República, não basta trazer às campanhas eleitorias o tema do “Estado social” e da “solidariedade”, é também preciso fazer.
“Prefiro ver as pessoas envolvidas nas soluções. Não prometemos, fazemos. Nós acreditamos, nós queremos, nós fazemos e quem quer ultrapassa dificuldades, vence barreiras”, declarou.
Para que a rede social continue a “fazer” e a “crescer”, o padre Lino Maia reivindiou mais autonomia.
“Temos de reinvindicar mais autonomia. Não nos podemos limitar aquilo que a Segurança Social nos quer impor, nós queremos fazer mais coisas para responder cada vez melhor às solicitações”, sublinhou.
Uma das várias caraterísticas do setor da economia solidária é a de empregar muita gente sobretudo mulheres com mais de 40 anos e que o resto do mercado não quer, disse Lino Maia.
No concelho de Lagoa, onde decorre a reunião da CNIS, as instituições de solidariedade são a terdeira ou quarta maior empregadora, recordou, acrescentando que as instituições de solidariedade "favorecem a organização das pessoas e dão um contributo para a realização da pessoa" e "coesão social".
A CNIS está hoje reunida com as associadas dos distritos de Beja, Évora e Faro e, no encontro, vão ser discutidos temas relacionados com a “Rede Social”, “Código Contributivo e a sua aplicação nas IPSS”. O encerramento da reunião está agendado para as 16:30.