
Pais de alunos que frequentam as escolas do agrupamento do Montenegro, em Faro, pediram hoje mais auxiliares, alertando para o facto de na escola básica haver dois funcionários para mais de 200 alunos.
“É humanamente impossível que apenas um funcionário consiga estar atento a 100 ou mais alunos”, desabafou à Lusa Catarina Marques, presidente da associação de pais daquele agrupamento, frisando que a falta de pessoal auxiliar está a criar insegurança nas escolas.
Aquela mãe juntou-se hoje a outros pais e professores numa ação de protesto realizada no âmbito do “Dia Nacional de Indignação e Luta” convocado pela central sindical CGTP, contra os cortes previstos no setor da educação, mas também para assinalar o descontentamento dos pais perante os vários problemas do agrupamento.
Segundo Catarina Marques, os pais estão “preocupadíssimos” com a falta de funcionários, que consideram estar a contribuir para o aumento da insegurança nas seis escolas do agrupamento. Os estabelecimentos reúnem cerca de 900 alunos, ao todo.
A responsável deu o exemplo de um aluno que caiu no recreio, sem que qualquer adulto tenha presenciado, e que só foi algum tempo depois transportado para o hospital, onde se verificou ter sofrido um traumatismo craniano.
O aumento do consumo de drogas no interior dos recintos escolares e também dos episódios de “bullying” (atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos) são outros dos exemplos apontados por Catarina Marques.
“Que a escola e a Câmara de Faro não tenham dinheiro, nós até acreditamos. Mas a situação já é má e com os cortes previstos no Orçamento do Estado só tem tendência a piorar”, concluiu.