Neste momento de festa, o Papa disse não se sentir “só” e defendeu que a Igreja “ferida e pecadora”, prossegue no seu caminho, entre “perseguições e consolações de Deus”.
"Após 5 anos, somente posso dizer obrigado, obrigado especialmente ao próprio Senhor que me guia, mas obrigado também e sobretudo a vós”, disse o Papa aos presentes, sublinhando “toda a ajuda que recebo a cada dia”.
“Nesta ocasião gostaria também de dizer obrigado a todos os colaboradores da Cúria, que juntos trabalham para que se realize o mandato do Senhor a Pedro de confirmar os irmãos na fé, de anunciar a Ressurreição e ser testemunhas da caridade de Deus”, acrescentou.
O decano Cardeais, D. Angelo Sodano agradeceu a Bento XVI pelo seu serviço “à Igreja e ao mundo”, assinalando a “grande generosidade” com que aceitou esta missão e a tem desempenhado.
O antigo Secretário de Estado do Vaticano falou na “mensagem de esperança” que tem marcado a acção do actual Papa.
Bento XVI foi eleito na tarde de 19 de Abril de 2005, sucedendo a João Paulo II como 265.º Papa da Igreja Católica.
O Conclave que levou à sua eleição tinha-se iniciado no dia anterior, com a presença de 115 Cardeais eleitores. Apenas por duas vezes houve fumo negro e, à terceira, surgiu da chaminé o fumo branco que anunciava a eleição de um novo Papa.
Nas suas primeiras palavras, Bento XVI apresentou-se como um “humilde trabalhador da vinha do Senhor”. A Missa de início de pontificado aconteceu a 24 de Abril, na Praça de São Pedro, diante de quase meio milhão de pessoas.
O Papa já publicou três encíclicas, uma exortação apostólica, uma constituição apostólica, nove “Motu proprio”, o livro “Jesus de Nazaré” e centenas de outros textos, entre discursos, homilias, cartas e mensagens.
Efectuou 14 viagens apostólicas internacionais e 16 visitas à Itália, tendo passado por Auschwitz (2006), a Mesquita Azul (2006), a sede das Nações Unidas (2008) e a terra Santa (2009), entre outros.
Bento XVI convocou dois Sínodos, o primeiro dedicado à Palavra de Deus (2008) e o segundo sobre África (2009), mas ainda este ano irá ser celebrado o terceiro, dedicado ao Médio Oriente.
Por outro lado, o actual Papa já proclamou 573 beatos e 28 santos, tendo presidido a sete cerimónias de canonizações.
Porta-voz do Vaticano aponta “coerência” e “coragem” deste pontificado
O porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, considera que o Papa tem mantido a “coerência” e a “coragem” no cumprimento das prioridades que estabeleceu há cinco anos, aquando da sua eleição.
No editorial do programa “Octava Dies”, semanário informativo do Centro Televisivo Vaticano, o Pe. Lombardi alude a um “contexto tantas vezes minado por tensões e obstáculos” que tem marcado a vida de Bento XVI, eleito a 19 de Abril de 2005.
"O tempo passou rapidamente e os acontecimentos sucederam-se num ritmo intenso nos cinco anos – agora já completos – deste pontificado. Para os ler correctamente há que voltar com o pensamento à Capela Sistina, à manhã após a eleição, quando o novo Papa, recolhendo a herança espiritual do seu grande predecessor, indicou as prioridades que haveriam de orientar o seu serviço «na vinha do Senhor»”, assinala o director da sala de imprensa da Santa Sé.
O Pe. Lombardi destaca, neste pontificado, o empenho de reconstituir “a unidade plena e visível de todos os que seguem a Cristo” e o desejo de responder ao “pedido de ajuda da parte da humanidade de hoje, que, abalada por incertezas e receios, se interroga sobre o seu futuro”.
Este responsável fala ainda no diálogo “aberto e sincero” com os que seguem outras religiões ou com os que procuram simplesmente resposta às questões fundamentais da existência, “para a busca do verdadeiro bem do homem e da sociedade”.
O porta-voz do Vaticano destaca as passagens do Papa por Auschwitz, Istambul, Nova Iorque, Sidney, Paris, África e Jerusalém, para além das encíclicas sobre a caridade, sobre a esperança, sobre a ética no desenvolvimento, na economia e no respeito pelo ambiente.
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