
O pároco da Mexilhoeira Grande adiantou no passado domingo que a paróquia já se inscreveu para receber duas famílias de refugiados.
Segundo o padre Domingos da Costa, as famílias poderão chegar “ainda este mês”.
Recorde-se que o sacerdote foi a primeira voz da Igreja Católica algarvia, e uma das primeiras a nível nacional, a manifestar disponibilidade para acolher estas pessoas no início do passado mês de julho.
No domingo, o padre Domingos da Costa considerou esta, uma questão de coerência.
“Não podemos ser cristãos e andar a dizer que a chegada dos refugiados nos torna mais pobres. O que nos torna mais pobre é o nosso egoísmo e o nosso individualismo”, afirmou na missa de ação de graças pelos seus 40 anos de serviço na paróquia da Mexilhoeira Grande, cujo ofertório reverteu integralmente a favor dos refugiados.
O bispo do Algarve pediu também no início do mês passado aos responsáveis pelos organismos da Pastoral Social da diocese que encontrem “caminhos de resposta” para o “acolhimento e apoio aos refugiados” e a diocese algarvia decidiu já atribuir à Cáritas Diocesana a coordenação do trabalho relacionado com o acolhimento de refugiados.
D. Manuel Quintas defendeu também, entretanto, um modelo “integrador” de acolhimento aos refugiados. “Não faz sentido criar espaços delimitados para acolher os refugiados. Isso poderia originar a criação de guetos, e dificultar a sua integração na sociedade. Não podemos defraudar a esperança de quem procura segurança, estabilidade e melhores condições para a sua vida e da sua família” referiu ao Folha do Domingo.
Os municípios do Algarve já explicaram estar à espera que o Governo português defina as condições em que os refugiados serão recebidos em Portugal para depois acolher essas pessoas, disse à Lusa o presidente da Comunidade Intermunicipal algarvia.
com Lusa