Logo no início da celebração, o prelado clarificou o sentido da mesma. “Tomada de posse não significa tomar posse de algo porque nem o bispo é dono da diocese, nem o senhor padre Manuel foi dono desta paróquia durante 17 anos, nem o senhor padre Luís vai ser dono dela. Tomar posse significa servir. É o início do ministério sacerdotal ao serviço desta paróquia”, esclareceu, acrescentando que é a fé que ajuda a ver aquela “passagem de testemunho” como o “início de um novo serviço na Igreja”.

Após a leitura da provisão da nomeação do novo pároco, da sua profissão de fé e juramento de fidelidade a Cristo e à Igreja, da entrega simbólica das chaves da igreja e da leitura do auto de posse, o bispo do Algarve destacou que a missão do padre e do bispo é ajudar a explicar quem é Jesus, “sobretudo com o seu testemunho e a sua vida, mais do que com a sua palavra”.

D. Manuel Quintas pediu aos paroquianos para acolherem o novo prior “com o coração aberto e disponível” para colaborar com ele. “Nos dias de hoje é tão importante colaborar de uma maneira ativa com os nossos párocos”, afirmou. D. Manuel Quintas, que confessou que o mais difícil, como responsável da diocese algarvia, é “não conseguir dar resposta às necessidades das paróquias por falta de padres”.

Neste sentido apelou à oração dos algarvios pelas vocações sacerdotais. “Apelo muito à vossa oração. Não esmoreçais na oração pelas vocações e manifestai essa proximidade junto dos vossos párocos. Rezai por eles todos os dias. Certamente, com o vosso apoio, será mais fácil realizar esta missão muito exigente nos dias de hoje”, afirmou, destacando o “serviço, generosidade e dedicação às paróquias dos dois padres.

Depois da homilia, seguiu-se o renovamento das promessas sacerdotais do novo prior, convidando-o o bispo diocesano a sentar-se na cadeira da presidência para que se lembre da sua missão de presidir àquela comunidade, servindo-a. A parte mais simbólica da Eucaristia de tomada de posse teve continuidade com a visita aos lugares mais significativos da igreja para o exercício do ministério do novo pároco: o sacrário, o confessionário e a pia batismal.

O padre Luís Gonzaga, de 56 anos, até ontem pároco de Olhão, agradeceu a confiança do bispo e ao padre Manuel Rodrigues por ter aceitado a troca direta de paróquias. O sacerdote apresentou depois o modo como espera exercer aquela nova missão. “Irei procurar ser fiel a Deus e à sua palavra. Creio e luto pela Igreja una. Tudo farei para edificar a comunhão, baseado na oração que o Senhor dirigiu ao Pai no decorrer da Ceia primeira. Desejo trabalhar em equipa. Sei que posso colaborar com a vossa generosa e multifacetada colaboração.
Temos um «combate» pela frente. Peço ao Senhor que nos conserve a todos unidos desde agora”, afirmou.

O padre Manuel Rodrigues assumirá as paróquias de Olhão e Quelfes, respetivamente, nos próximos dias 23 e 30 deste mês.

Samuel Mendonça