A tertúlia contou com a presença do padre Carlos Aquino, pároco de Silves, Dália Paulo, directora regional de Cultura do Algarve, Sandra Moreira, directora do Gabinete de Comunicação e Relações Públicas da Câmara de Silves, e Luís Santos, assessor da presidente da Câmara de Silves.

O referido debate iniciou-se com uma intervenção do padre Carlos Aquino onde destacou que “o cristianismo influenciou profundamente a cultura que nos move e que faz parte da nossa existência” apontando três desafios que podem levar os cristãos a olharem a cultura como espaço de esperança.

Primeiramente há que olhar a cultura como espaço e por isso torna-se urgente revitalizar a própria realidade da pessoa, revitalizar a vida naquilo que é o fundamento da própria vida; depois se quisermos olhar a cultura como esperança, é preciso promover tudo o que é sagrado nessa vivência da cultura, por fim, à Igreja é lhe pedido, no âmbito da cultura como espaço da esperança, que ela seja um espaço mistagógico, ou seja, perante a crise de cultura, de contemplação, que se vive no mundo de hoje, aquilo que se lhe pede à Igreja é formação para a mistagogia, olhando a vida e o outro procurando a profundidade do ser.

De seguida, Dália Paulo, corroborou as afirmações do padre Carlos Aquino ao afirmar que de facto estamos perante uma crise cultural e numa época de mudanças sociais e estruturais na sociedade. Tendo por isso a cultura um papel importante de orientação nessas mudanças.

Realçando que “cultura ao andar de mãos dadas com a religião ajuda-nos a olhar o outro”, sendo por isso necessário olhar os espaços de culto como espaços de cultura onde se persevera a identidade e a memória de um povo, por isso, torna-se urgente, segundo Dália Paulo, dar uma nova vida aos espaços de culto dentro das cidades.

Já a Sandra Moreira, directora do Gabinete de Comunicação e Relações Públicas da Câmara de Silves, alertou para a necessidade de apreendermos a usar os meios ao nosso dispor para promover a nossa cultura e assim comunicarmos a nossa forma de viver. Por fim, o Luis Santos realçou que estando a cultura associada à memoria, e sendo a catedral uma memoria, nós temos a obrigação de cuidar dessa memoria que recebemos para que as gerações futuras recebam essa memoria e por isso, importa reanimar os espaços religiosos que igualmente são espaços culturais.

O debate seguir com mais algumas intervenções, quer destes intervenientes, quer da assistência. No entanto, o essencial dessas intervenções fica resumido na vontade expressa de todos em dar mais vida à catedral.

Miguel Neto