A paróquia de Silves tem novo pároco desde ontem.
A entrada e a apresentação do padre Rafael Rocha, de 43 anos, teve lugar na Sé, onde foi celebrada Eucaristia ao final da tarde, presidida pelo bispo do Algarve.
Após o acolhimento a D. Manuel Quintas e ao novo pároco pelo cessante à porta da igreja, o bispo diocesano aspergiu o povo e dirigiu-se ao sacrário, onde permaneceu em oração com o padre Rafael Rocha.
D. Manuel Quintas procedeu depois à apresentação do novo pároco à comunidade.
O recém-reformulado rito de entrada do novo pároco prosseguiu com a leitura da provisão de nomeação, o seu juramento de fidelidade ao colégio presbiteral, ao bispo, ao papa e a toda a Igreja e a entrega da chave da igreja. Após a felicitação do bispo diocesano e do pároco cessante, teve lugar a apresentação ao Conselho Pastoral Paroquial e os cumprimentos deste ao novo pároco, terminando com a manifestação de intenção do novo prior aos membros daquele órgão consultivo.
O bispo do Algarve convidou depois o novo pároco a aspergir a assembleia e a beijar o altar e a incensá-lo, bem como à padroeira da paróquia. Um dos membros da comunidade, pertencente ao Conselho Pastoral agradeceu ao bispo diocesano e dirigiu-se ao novo pároco.
Na homilia, D. Manuel Quintas lembrou que o pároco cessante era ali “muito estimado”. “Era, é e continuará a ser, penso eu”, completou, lembrando que o padre Nelson Rodrigues se disponibilizou para “enfrentar uma missão nada fácil” de substituir três missionários redentoristas, congregação responsável há 53 anos pelas paróquias para onde foi o antigo pároco de Silves.
“A mesma disponibilidade encontrei no padre Rafael que estava muito bem onde estava”, prosseguiu D. Manuel Quintas, lembrando que essa mesma disponibilidade de “servir a Igreja diocesana” deverá continuar a ter o apoio dos paroquianos. “Ser padre e ser bispo é um serviço ao povo de Deus. É um ministério. Nós só conseguimos realizar aquilo que Deus nos pede em cada tempo, lugar e paróquia se trabalharmos com esta unidade e com esta comunidade”, explicou, recordando que “a missão primeira de padre é apontar o caminho de Deus, o caminho do céu”.
Aquele responsável católico manifestou a sua “gratidão ao padre Nelson” e aos paroquianos pelo apoio que lhe deram e também uma “palavra de estímulo e confiança ao padre Rafael porque ele vem com o coração aberto” também para “servir da melhor maneira que sabe”. D. Manuel Quintas pediu que o acolham, apoiem e ajudem, com propostas também.
“Estou muito feliz porque ainda consegui que o vosso pároco tivesse só a paróquia de Silves. Sabeis quantas é que vai ter o padre Nelson? Praticamente todo o concelho de Lagos”, evidenciou, regozijando-se porque no concelho de Silves “praticamente cada freguesia e cada paróquia tem um padre”.
A terminar, o bispo do Algarve lembrou que o novo pároco de Silves “tem um fraquinho pela pastoral prisional” e que, por isso, era o assistente do Estabelecimento Prisional de Olhão, apesar de ser pároco de outras paróquias. “Aqui há também um estabelecimento prisional. Aliás, isso também pesou um bocadinho”, contou.
A celebração, que contou com a presença da presidente da Câmara de Silves e do presidente da Junta de Freguesia prosseguiu com a renovação das promessas da ordenação sacerdotal e a profissão de fé do novo pároco. No final houve ainda um gesto simbólico: D. Manuel Quintas convidou o novo pároco a sentar-se na cadeira presidencial e a dirigir uma breve saudação à comunidade.
O padre Rafael Rocha lembrou que “as separações são sempre duras”. “A nossa missão não é uma missão meramente humana. É uma ação de Deus. E se o nosso bispo nos pede para partirmos mais uma vez para um desafio diferente é porque, se calhar, Deus quer construir algo noutro lado”, desenvolveu, acrescentando: “estou plenamente disponível para trabalhar convosco”.
O sacerdote agradeceu ainda ao seu sucessor, que disse ser um dos “melhores amigos” dos tempos de seminário, e pela receção que a paróquia lhe fez. “Senti-me muito tocado, vendo a dedicação que Silves teve pelo acolhimento à minha pessoa com um lausperene de 24h. Foi um gesto maravilhoso que me fez sair uma lágrima ao canto do olho”, confessou, referindo-se à iniciativa de oração ininterrupta ao Santíssimo Sacramento na capela de São Francisco durante 24h.
Após a celebração, realizou-se a assinatura das atas de posse.
Bispo do Algarve nomeou párocos, vigários e administradores paroquiais para várias paróquias