A paróquia e a freguesia de Olhão vão assinalar os 325 anos da sua criação, cujo aniversário ocorreu no passado dia 10 de julho.
Foi então naquele dia do ano de 1695 que o bispo D. Simão da Gama, “correspondendo aos anseios da comunidade piscatória, elevou a paróquia, um lugar que era um ajuntamento em que «só haviaõ huas palhotas em que viviaõ»”, desanexando-a da sua afastada matriz de São Sebastião de Quelfes, recorda o diretor do arquivo da Diocese do Algarve, cónego José Pedro Martins, na crónica publicada no Folha do Domingo, citando o texto da provisão.
Para assinalar a efeméride, a paróquia e o município de Olhão uniram-se na criação de uma comissão que preparou o programa das comemorações.
No âmbito desse programa será celebrada a 11 deste mês, dia da festa da padroeira Nossa Senhora do Rosário, na igreja matriz, pelas 10h30, uma eucaristia presidida pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas.
Após a missa, será inaugurada uma exposição no Museu Municipal no edifício do Compromisso Marítimo com documentos do fundo arquivístico e peças do espólio patrimonial da paróquia que ficará patente durante vários meses.
A mostra decorre de um protocolo estabelecido com a Câmara de Olhão que visou, ao longo dos últimos dois anos, o tratamento e a digitalização de todo o fundo arquivístico, através do Arquivo Municipal, e o trabalho de conservação e restauro das peças do espólio paroquial, a cargo da equipa do Museu Municipal.
No âmbito das comemorações será editado um catálogo ilustrado, constituído pelo património recuperado e inventariado nas duas áreas.
O pároco de Olhão, padre Armando Amâncio, refere ao Folha do Domingo que a proposta apresentada ao município visou “acautelar as perdas” de documentação, alguma da qual em muito mau estado de conservação, e sublinha que a paróquia ficou com o património todo inventariado.
A exposição, cuja montagem se atrasou por causa da pandemia, incluirá imagens, ourivesaria, alfaias litúrgicas, paramentos, entre outras peças.