O diácono Albino Martins, do Centro Paroquial de Cachopo, explica que aquela instituição está a fornecer ajuda alimentar às pessoas. “As pessoas, não perdendo as habitações, perderam as suas hortas e plantações e estão carecidas de algum apoio”, explica ao FOLHA DO DOMINGO aquele responsável, sublinhando que os habitantes da serra algarvia “perderam palheiros, onde tinham armazenado o produto das colheitas, e muitas colmeias”, que significavam uma parte importante da sua economia.

O diácono Albino Martins, que diz não haver conhecimento de terem ardido casas habitacionais mas apenas parte de um restaurante em Alcaria do Cume, – propriedade de um casal de ingleses, já perto da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo –, explica que a Caritas Paroquial de Cachopo está agora no terreno a fazer um “levantamento das necessidades”, percorrendo os montes dispersos afetados pelo fogo, uma garantia que já tinha sido dada pelo presidente da Caritas Diocesana do Algarve, Carlos Oliveira.

O Centro Paroquial de Cachopo acolheu, no dia 18 deste mês, cerca de 30 desalojados de vários pontos da freguesia e no dia seguinte recebeu mais oito pessoas de Corte João Velho. Estas pessoas e os cerca de 30 utentes da instituição, todos idosos, seriam, na passada sexta-feira (19 de julho), retirados do Centro Paroquial de Cachopo para o Centro Paroquial de Martim Longo porque o fogo esteve muito perto das instalações do lar. No entanto, passado o perigo, regressariam todos na manhã seguinte a Cachopo.

Também em São Brás de Alportel, 10 casas de habitação foram consumidas pelas chamas e 14 foram parcialmente destruídas mas a capela de Parises não chegou a arder. O pároco local, que relatou a violência do fogo e explicou ao FOLHA DO DOMINGO que “na serra existem muitas casas habitáveis que pertencem a pessoas que residem no barrocal ou litoral”, adiantou que os desalojados, quase todos idosos, tiveram que ser albergados na Santa Casa da Misericórdia mas a maioria seria, posteriormente, acolhida por familiares.

O Centro Social e Paroquial de Santa Maria de Tavira também esteve “de prevenção para a eventualidade de ter de realojar alguém mas não foi necessário”, explicou ao FOLHA DO DOMINGO o pároco.

O padre Flávio Martins adiantou que as paróquias de Tavira forneceram almoço e jantar aos bombeiros na passada sexta-feira (20 de julho) e no dia seguinte, no Centro Social e Paroquial de Santa Maria de Tavira, serviram almoço a mais de 20 militares que ajudaram no combate às chamas e jantar a quase 30 elementos de uma corporação de bombeiros.

Também o agrupamento local do CNE – Corpo Nacional de Escutas esteve a dar apoio no centro paroquial e no quartel dos bombeiros, assim como a Conferência de São Vicente de Paulo de Tavira que também angariou roupa.

As paróquias de Tavira irão agora mobilizar os paroquianos para colaborar nas campanhas a favor das vítimas, criadas pela Caritas (NIB 0007 0000 0010 7639 446 23) e pela Câmara Municipal (NIB 0046 0337 00600011469 13).

Samuel Mendonça