O PCP pediu na segunda-feira à Câmara de Lagos que impeça a alienação do edifício da antiga estação de Lagos da CP, depois da publicação de um despacho que prevê a desafetação do edifício do domínio público.

Em causa está um despacho da Secretaria de Estado do Tesouro e das Infraestruturas publicado em Diário da República em 28 de dezembro, que determina a desafetação do antigo edifício, quase centenário, do domínio público ferroviário, com a finalidade de o mesmo poder vir a ser alienado.

Em comunicado, o PCP de Lagos pede à Câmara de Lagos que exerça o seu direito de preferência para garantir a “defesa, manutenção e valorização do património coletivo”, dado que se trata de um edifício que é “uma das mais importantes referências do património histórico e cultural” da cidade.

De acordo com o partido, o edifício, que já foi considerado “a melhor estação ferroviária do Sul”, deve manter-se na esfera pública “não só pela sua qualidade arquitetónica”, como pelo impacto que a construção do ramal ferroviário de Lagos teve no desenvolvimento do concelho.

A primeira linha ferroviária do país foi inaugurada em 1856 e a Linha do Sul chegou a Faro em 1889, tendo o ramal de ligação a Portimão surgido em 1915 e, finalmente, a ligação a Lagos em 1922.

“O edifício da antiga estação de Lagos da CP obriga a todas as medidas para o manter na qualidade de memória coletiva, tanto de residentes como de visitantes”, defendem.

Os eleitos da CDU nos órgãos autárquicos de Lagos têm vindo a propor, em vários mandatos, a classificação do edifício como sendo de interesse concelhio, “recebendo sempre a oposição e o voto contra do PS”, indicam na nota.