O sacerdote advertia, no livro ‘O Cristianismo, Génese da Democracia Moderna’ que publicou em outubro de 2009, que “uma democracia que apenas enriquece os governos e uma minoria de cidadãos, à custa das maiorias, é injusta e condenável”. “Não é esse o tipo de democracia desejável hoje”, alertava, evidenciando a urgência de “incrementar na sociedade em que vivemos um teor de vida comunitário, baseado no diálogo franco, aberto respeitoso e compreensivo; e na prática coletiva duma laicidade sã, conforme o pensamento dos últimos papas, em ordem à construção duma sociedade cada vez mais humana e fraterna, geradora da paz e da felicidade na terra”.
O autor considerava que a democracia vigente, “para se aproximar da perfeição”, teria de “abarcar todo o homem e o homem todo, num envolvimento comunitário, social e económico, capaz de ser portador efetivo da paz e da felicidade na terra”.
Na apresentação pública do livro em causa destacou-se a sua publicação como “um acerto de contas entre uma vivência da laicidade, crescentemente proposta pela Igreja de hoje, e uma democracia moderna, sã e livre de confusões, vivida por quem deseja mais bens comuns do que particulares”.
Recorde-se que o padre Manuel Rufino, para além de ter sido coadjutor do pároco de Olhão e pároco de São Marcos de Serra, Alte e Querença, foi ainda professor de Português durante muitos anos.
Samuel Mendonça