De facto, a cada dois anos, aquela realização, que conta com uma produção cada vez maior, atrai mais pessoas e no último Domingo de Ramos foram alguns milhares, incluindo muitos estrangeiros, os que não quiseram perder um acontecimento que marca também a celebração da Semana Santa no Algarve.

Tendo início no adro da igreja de São Francisco, com a recriação da Última Ceia, a dramatização dos últimos momentos da vida terrena de Jesus continuou no cenário do Monte das Oliveiras onde Cristo rezou e agonizou, desejando não ter de passar pela morte, momentos antes de ser traído por Judas quando o entregou aos soldados romanos.

O interrogatório do sumo-sacerdote Caifás, o “julgamento” no pretório protagonizado pelo governador Pilatos, a flagelação executada pelos soldados, a ajuda do cireneu Simão para carregar a Cruz, o encontro com Verónica que limpa o rosto de Jesus, foram momentos fulcrais da Via Sacra de Cristo que não ficaram esquecidos, podendo ser vividos pela multidão que acompanhou a encenação até ao terreno do futuro Centro Paroquial de Pêra, transformado por uma noite em Gólgota, o Calvário.

Particularmente significativo e pleno de emoção foi o encontro de Jesus com Maria, sua Mãe.

Ao longo do percurso, o coro da Igreja Adventista do 7º Dia de Albufeira ajudou a assistência a interiorizar as reflexões proclamadas e as interpelações que lhe foram dirigidas.

No terreno da futura infra-estrutura que irá acolher crianças e idosos de Pêra, já as duas cruzes dos salteadores se erguiam quando a multidão chegou seguindo Jesus.

Cumpriu-se então ali o acontecimento maior da fé cristã: a crucificação e ressurreição de Jesus Cristo. Com recurso a efeitos sonoros e lumino-técnicos, depois de crucificado e sepultado, Jesus apareceu triunfante, ressuscitado no céu, com recurso a uma plataforma elevatória.

A iniciativa sem fins lucrativos, que contou com a colaboração de 150 voluntários, entre eles personagens e figurantes, custou cerca de 4000 euros e teve apoios de várias entidades. O principal aspecto melhorado na edição deste ano foi o guarda-roupa, confirmado por Carlos Cristovão, um dos organizadores, como o “maior investimento” da presente edição.

Para além de levarem um mês a organizar esta actividade, – que não é um espectáculo, como fez questão de explicar no início o pároco, padre Manuel Coelho, – os organizadores e participantes tiveram ainda este ano uma formação com o padre Pedro Manuel com vista a melhorarem alguns aspectos da representação da Paixão de Cristo.

Samuel Mendonça

Clique na foto para ver outras fotos