“Não há uma resposta concreta, todas estas iniciativas estão a ser avaliadas para estabelecermos com critério um conjunto de prioridades e depois passarmos a atuar de acordo com os recursos que existem”, disse Manuel Pinto de Abreu aos jornalistas no final da visita que hoje fez a Tavira.

Durante um pequeno passeio a pé pela foz do rio Gilão, o membro do Governo visitou a lota local, o pequeno porto onde atualmente se descarrega o peixe e a zona para onde se prevê o novo porto de pesca da cidade.

O secretário de Estado foi acompanhado pelo presidente da câmara local, Jorge Botelho (PS), que considerou o investimento “estruturante” para a comunidade piscatória de Tavira, Cabanas e Santa Luzia, além de poder servir de apoio aos pescadores da Fuzeta, de novo a braços com o assoreamento da barra local.

O porto de pesca tem uma rubrica de 2,1 milhões de euros nos investimentos da Docapesca para este ano, mas o secretário de Estado observou que aquela verba é insuficiente, pois “só chega para uma primeira fase do projeto”.

Embora reconhecendo que a comunidade piscatória “merece um porto de pesca” e que se trata de uma preocupação do Executivo, Manuel Pinto de Abreu afirmou desconhecer ainda “como ficará o porto de Tavira no conjunto da hierarquia de prioridades”.

Como prioridade máxima do Governo para o setor do Mar, apontou a segurança de pessoas e bens ao longo da costa, reforçando que “só a seguir serão consideradas todas as outras”.

Também no local, o presidente da Associação dos Armadores e Pescadores de Tavira (AAPTav), Leonardo Diogo, recordou à Lusa que a comunidade piscatória luta há duas décadas por um porto de pesca, que servirá as 70 a 80 embarcações do concelho de Tavira, “que não têm um local de descarga em condições”.

Além daqueles barcos, Tavira é atualmente demandada por 30 a 40 embarcações de outras zonas do Algarve, como Fuzeta, Vila Real de Santo António e Quarteira, perfazendo mais de uma centena de embarcações, com meio milhar de homens a bordo, contabilizou Leonardo Diogo.

“Andámos todo o tempo do Macário [Correia] e agora com o João Botelho a lutar por um porto em condições e ainda não nos deram uma esperançazinha”, lamentou o dirigente associativo.

Depois da visita a Tavira, o secretário de Estado do Mar visita o porto de pesca de Olhão, para se inteirar dos problemas ali existentes.

Lusa