A petição pública lançada online pela Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial (APAI) que apela à Assembleia da República que interceda e pugne pela preservação da integridade da Museu da Cortiça de Silves ultrapassou as 760 assinaturas.
Em julho deste ano, a APAI anunciou que ia lançar a petição pela defesa daquele museu também conhecido como Fábrica do Inglês durante uma concentração que decorreu frente ao Museu encerrado há cinco anos como consequência da falência do grupo que geria o espaço.
A aquisição do espólio e do edifício daquele museu por duas entidades diferentes durante um leilão pública ocorrido em maio deste ano criou um sentimento de incerteza sobre o futuro daquele que foi reconhecido em 2001 como o “melhor museu industrial do ano”.
Os edifícios desativados da Fábrica do Inglês foram adquiridos pela Caixa Geral de Depósitos por 2,2 milhões de euros, enquanto o espólio foi vendido ao Grupo Nogueira por 36 mil euros.
Desde que está encerrado, o espaço da Fábrica do Inglês tem sido alvo de furtos de cobre e de outro material, e, de acordo com a presidente da Câmara Municipal de Silves, ocorreram novos danos durante o processo de organização do leilão público.
A Câmara Municipal de Silves tem vindo a empenhar esforços nas negociações para a aquisição do espólio do Museu da Cortiça, composto por máquinas únicas no mundo e vários equipamentos que remontam ao período em que Silves era a capital nacional da indústria corticeira.
Em julho, a presidente da Câmara de Silves disse à Lusa pretender declarar o espólio como sendo de interesse municipal como forma de evitar a separação do espólio do edifício e admitiu que a aquisição do edifício era mais complexa por envolver verbas na ordem dos milhões de euros.
A petição em curso apela à Assembleia da República que use a sua influência para apoiar a candidatura do espólio móvel e integrado do Museu da Cortiça a património de interesse público e que se empenhe em saber o futuro do museu e do seu espólio e sobre o seu estado de conservação.
