O caso remonta a 2 de fevereiro de 1998, dia em que Jorge Nascimento foi intercetado no trajeto do trabalho para casa, em Faro, onde foi obrigado a levantar dinheiro numa caixa multibanco.

Na altura, as autoridades suspeitavam que o crime tivesse sido cometido por toxicodependentes que frequentavam a zona onde a vítima residia, junto ao Hospital de Faro, mas a PJ acredita agora que o crime foi “passional” e “premeditado”.

“Um dos detidos tinha tido um relacionamento amoroso com a namorada da vítima, que o terá deixado para namorar com Jorge Nascimento”, explicou à Lusa o responsável pela diretoria do Sul da PJ, Luís Mota Carmo.

Segundo o mesmo responsável, esse terá sido o “impulso inicial” que levou “à arquitetura do crime”, embora na altura os indícios apontassem o roubo como móbil, por ter sido levantado dinheiro em Portugal e no Sul de Espanha.

Depois de terem feito um levantamento num multibanco em Faro, os arguidos conduziram Jorge Nascimento a um local ermo em São Brás de Alportel, onde o mataram, tendo depois abandonado o cadáver junto à fronteira, refere a PJ.

Os três detidos têm idades entre os 38 e os 46 anos e trabalhavam numa empresa de informática, numa empresa de materiais de segurança e na área de tratamento de animais, acrescentou Mota Carmo à Lusa.

Dos detidos – um residente em Lisboa e os outros dois em Faro -, um já tinha sido ouvido no âmbito do processo, arquivado pelo Ministério Público de Vila Real de Santo António em 2009, refere ainda aquele responsável da PJ.

De acordo com Luís Mota Carmo, a PJ manteve “em permanência” uma equipa a seguir as principais linhas de investigação e “nunca abandonou o caso”, o que permitiu desvendar o crime treze anos depois.

Jorge Nascimento tinha 28 anos, residia com os pais em Faro e trabalhava como técnico superior no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Loulé.

Os detidos deverão ser hoje à tarde presentes ao Tribunal de Faro para aplicação das medidas de coação.

Lusa