O "borrão do alçado" (esboço) da planta da cidade algarvia, concebido por José de Sande de Vasconcelos em finais do século XVIII, regressa agora temporariamente ao seu local de origem através da exposição patente no Palácio da Galeria, em Tavira, até 15 de setembro.
Essa e as outras litografias aquareladas agora em exibição no Algarve, que mostram a evolução do Rio de Janeiro desde há mais de 100 anos até hoje, pertencem ao acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
A exposição, que se insere no âmbito das comemorações do Ano do Brasil em Portugal, inclui uma mostra de dez panoramas da cidade, fotografias de paisagens, mas também do carnaval brasileiro, uma maqueta da avenida central da cidade, construída em 1904, e uma instalação de vídeo com trechos de filmes sobre o bairro de Copacabana.
Em declarações à Lusa, a curadora da exposição, Cláudia Fares, explicou que a exibição pretende mostrar como é que uma cidade de hábitos provincianos, plantada no meio da natureza, até ao século XX, se transformou na grande e cosmopolita cidade que é atualmente e que lhe vale o epíteto de cidade maravilhosa.
"No início do século XX, os cariocas [nome dado aos habitantes do Rio de Janeiro] queriam ser metropolitanos. Criou-se uma avenida central inspirada nas avenidas parisienses e a cidade começou a voltar-se para o mar, pois até então as praias eram praticamente desertas e usadas para fins medicinais", contou.
De acordo com a curadora, foi a partir dessa altura que a cidade se tornou na "montra" e na principal cidade balnear do Brasil, com a praia de Copacabana, transformação que atingiu o seu auge na década de 1960.
Antes de chegar a Tavira, a exposição esteve patente na Bélgica, em 2011, durante o festival Europália.
Em Portugal, as comemorações do ano do Brasil terminam a 10 de junho.
Lusa