Foto © Plataforma Algarve Livre de Petróleo

A Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) congratulou-se hoje com a decisão do Governo de travar alguns contratos para prospeção e exploração de petróleo na região, esperando que seja um passo para Portugal se tornar um país mais sustentável.

“Esperamos que a notícia se confirme e que este seja o primeiro passo para Portugal se tornar um país mais sustentável e livre de exploração hidrocarbonetos. Viemos entregar este postal gigante, que simboliza o corolário desta campanha, e o que esperamos é que tenha servido para chegarmos ao dia de hoje e que se confirme esta notícia de abandono e cancelamento dos contratos de concessão”, disse à Lusa Nuno Sequeira, da PALP.

Nuno Sequeira falava à Lusa junto à residência oficial do primeiro-ministro após a entrega de um grande postal simbolizando a oposição de cidadãos à exploração de hidrocarbonetos.

A ação revestiu-se de maior simbolismo por o Diário de Notícias ter avançado hoje que o Governo vai rescindir os contratos para prospeção e exploração de petróleo no Algarve com a empresa Portfuel, de Sousa Cintra, e com o consórcio que reúne Repsol e Partex.

O Governo confirmou ao jornal que vai rescindir os contratos com a empresa Portfuel para pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo ‘onshore’ em Aljezur e Tavira.

A iniciativa de hoje seguiu-se a uma ação levada a cabo nos últimos meses por vários cidadãos que enviaram 3.500 postais ao primeiro-ministro, ao Presidente da República e ao ministro do Ambiente”, disse o representante, que faz parte igualmente da Quercus.

Segundo Nuno Sequeira, a delegação da PALP, composta por quatro ambientalistas, foi recebida no gabinete de relações públicas do gabinete do primeiro-ministro, António Costa, onde deixou o postal gigante e esperou ouvir a confirmação da notícia avançada pelo jornal Diário de Notícias.

“Não nos foi possível ouvir da parte do gabinete uma confirmação a esta notícia, era isso o que esperávamos, no fundo, mas foi-nos dada a garantia de que nos iria ser dada uma resposta formal em breve. É isso que aguardamos, que nos próximos dias o Governo venha a terreiro confirmar estas notícias”, sublinhou.

Nuno Sequeira espera que este possa ser o primeiro passo para que “outras concessões que existem no país, nomeadamente no litoral alentejano, sejam também abandonadas”.

“Portugal, para cumprir os seus compromissos internacionais, não necessita e não deve avançar para este tipo de concessões de hidrocarbonetos, mas deve sim investir em energias renováveis amigas do ambiente e que respeitem o bem-estar social e económico do país”, frisou.

De acordo com o Diário de Notícias (DN), já foram enviadas cartas de notificação às empresas.

Os municípios algarvios, as associações ambientalistas, de defesa do património e empresariais do Algarve têm manifestado a sua oposição à prospeção e exploração de gás natural e petróleo na região, por considerarem que esta aposta surge em contraciclo com as metas ambientais internacionais traçadas para a redução das emissões de carbono para a atmosfera e que pode ser prejudicial para atividades como o turismo e a pesca.