Em conferência de imprensa, Isilda Pegado, presidente da Federação Portuguesa pela Vida, sublinhou que à Plataforma têm chegado diversos apelos para que demonstre aos órgãos de soberania a “insatisfação” da população por ter sido aprovada uma iniciativa desta natureza.

Os promotores da manifestação recolheram mais de 90 mil assinaturas em favor de um referendo ao casamento entre pessoas no mesmo sexo na altura em que o projecto de lei foi discutido no Parlamento. Agora, face ao consideram ser a falta de vontade do governo para o “debate”, querem “chamar o povo” para que este “torne pública a sua indignação”.

Isilda Pegado afirma que a manifestação, na Avenida da Liberdade, não se pretende “contra ninguém”, mas como uma iniciativa “pela liberdade”, em defesa do casamento e da família.

"Depois de mais de 90 mil assinaturas terem sido entregues na Assembleia da República usamos agora outra forma de expressão da vontade popular: a manifestação pública. É uma manifestação que não se pretende contra ninguém, é uma manifestação pela liberdade deste povo a decidir quais são os destinos do país. É uma manifestação pelo casamento entre um homem e uma mulher e pela família como estrutura e célula da sociedade”, disse.

Esta responsável frisou ser necessário questionar um modelo de sociedade que se quer impor, uma “ética de regime baseada na homossexualidade”.

O ex-deputado António Pinheiro Torres destacou a intenção de “convocar o país todo para Lisboa”, ultrapassando “matérias partidárias ou religiosas” nesta acção. Se a manifestação corresponder à “indignação nacional” que constatou aquando da recolha de assinaturas, prosseguiu, será de esperar uma grande participação no próximo Sábado, no percurso que vai do Marquês de Pombal até aos Restauradores.

A manifestação acabará numa “festa da Família”, apresentada por Sofia Guedes como um momento “divertido”, com actuações músicas que serão intercaladas por discursos, prometendo um momento de “alegria e esclarecimento”.

Os responsáveis pelo encontro lamentam a “falta de democracia” que se viveu neste processo legislativo e apelam à “movimentação cívica” contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

A este pedido respondeu um conjunto de militares de Abril, representados na conferência de imprensa pelo General Garcia Leandro. O vice-presidente da assembleia-geral da CNAF – Confederação Nacional das Associações de Família criticou a “pressa” com que todo o processo foi conduzido e defendeu que “o poder político não pode criar problemas à sociedade”.

Numa “carta aberta” subscrita por 25 destes militares, lamenta-se a recusa do referendo: “Vivemos agora uma nova ameaça à Liberdade. Desta vez uma conjuntura política, que nega o legítimo expressar da Soberania”.

Após a última reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), o secretário deste organismo afirmou que a Igreja olha com “simpatia” para a manifestação.

“A Igreja olha para esta movimentação com simpatia porque, seguramente, tudo aquilo que reforce os laços familiares e a estabilidade do casamento, do verdadeiro casamento, a Igreja aplaude”, precisou o Pe. Manuel Morujão.

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