Em declarações à Agência Lusa, Elidérico Viegas considerou que a segurança "é uma valência competitiva determinante e decisiva para afirmação e consolidação de um destino de férias" como o Algarve e Portugal e os assaltos violentos registados em residências de estrangeiros na região "têm tido repercussão na opinião pública, criando um sentimento de insegurança porventura acima da criminalidade existente".
"O sentimento de insegurança face a este fenómeno de maior violência posta na criminalidade trouxe um sentimento de insegurança que se instalou e passou para o exterior, designadamente para países como o Reino Unido, que é o nosso principal fornecedor de turistas", defendeu o dirigente associativo.
Para o presidente da AHETA, as "forças de segurança têm de alguma forma sido vítimas desta situação", uma vez que se trata de "um problema político".
"Os responsáveis políticos não souberam lidar com a situação. Não dotaram a região e o país dos meios técnicos e humanos necessários, não souberam responder eficaz e atempadamente à situação, não souberam comunicar adequadamente e para o exterior o que se estava a passar e não tinham legislação nem procederam às alterações legislativas que se impunham face ao acentuar da criminalidade violenta", criticou Elidérico Viegas.
O dirigente considerou que as notícias das últimas semanas sobre assaltos a residências de estrangeiros no Algarve "criou um sentimento de insegurança que pode não corresponder no terreno à realidade como tem sido divulgado ou noticiado, mas que atingiu esses níveis por essa manifesta incapacidade política para lidar com o problema".
"O facto de os ladrões não serem presos se não forem apanhados em flagrante delito criou uma ideia de impunidade relativamente aos criminosos que ajudou a instalar este sentimento de insegurança", frisou.
"As autoridades não souberam responder nem adequada nem atempadamente à situação, não introduziram as alterações legislativas que se impunham – embora o novo ministro da Justiça (Alberto Martins) tenha agora tomado medidas positivas nesta matéria -, não tomaram medidas de reforço policial, não souberam comunicar adequadamente a situação para o exterior e isto trouxe uma situação que fez aumentar em muito a sensação e o sentimento de insegurança", sintetizou Elidérico Viegas.
O presidente da AHETA lembrou que o "a segurança no Algarve foi durante muitos anos a sua maior valência competitiva" e "é o primeiro factor de decisão de escolha de um destino de férias".