Depois dos sinos da torre terem sido restaurados no ano passado, a Sé de Faro viu agora os seus portões serem também alvo de um trabalho de recuperação, restauro e manutenção.
Em avançado estado de degradação e com vários elementos roubados, os três portões foram reconstruídos numa intervenção promovida e totalmente financiada pelo Cabido Catedralício através das verbas angariadas com os ingressos na catedral.
O cónego José Pedro Martins, deão do Cabido daquela catedral e pároco da paróquia da Sé, adiantou ao Folha do Domingo que a intervenção custou 12.000 euros.
Os trabalhos de restauro começaram em finais de setembro passado e concluíram-se hoje com a colocação dos últimos dois portões, após o primeiro que já havia sido recolocado na semana passada.
Segundo José António Pinheiro e Rosa, a construção das três portadas de ferro remontam a 1885, altura em que o arcebispo-bispo D. António Mendes Bello, bispo do Algarve entre 1884 e 1907, “contemplou a Fábrica da Sé com 300 mil réis para serem aplicados às obras mais urgentes”. “Havia graves inconvenientes em estar acessível o pórtico da Sé. Por isso se deu a esse donativo o destino de custear a despesa com o gradeamento de ferro que se colocou nos três vãos do pórtico da entrada principal da Catedral. Numa delas se colocaram as armas policromadas desse prelado, como é de uso”, explica o falecido historiador em texto sobre “A Catedral do Algarve e o seu Cabido. Sé em Faro”, publicado nos anais do município.