“A nível de visitas temos no primeiro trimestre deste ano um aumento nos postos de venda algarvios na ordem dos 10 por cento face a 2009”, disse à Lusa Reinaldo Teixeira, um dos responsáveis pela imobiliária Garvetur, com cerca de 50 postos de venda no Algarve.

“Mais visitas, mais procura, e por esse motivo mais contactos junto da banca no sentido de quererem fechar negócios, porque este momento de abrandamento económico é o ideal para se comprar”, afirma o empresário.

O atual aumento de pedidos de informação sobre o imobiliário turístico algarvio está relacionado com a altura oportuna para investir com preços mais vantajosos.

“Há uma grande parte de clientes, quer nacionais, quer estrangeiros, especialmente ingleses, que sabem que este é um momento de oportunidade e têm uma noção que futuramente vão ter dificuldade em encontrar ocasiões de investimento como agora”.

As pessoas interessadas no turismo residencial e no imobiliário turístico e de luxo têm casa no Algarve, são fiéis visitantes da região, e querem aumentar o seu volume de investimento, inclusivamente trazem amigos e investidores, explica Reinaldo Teixeira.

Há também outro perfil de clientes. São os que ambicionam ter uma casa no Algarve, mas que por norma ficam hospedados em moradias ou hotéis, conta o empresário, referindo que veem atualmente a oportunidade de ter a casa “dos sonhos” a preços mais vantajosos.

O preço das moradias de luxo baixou cerca de 15 por cento em média no Algarve, disseram à Lusa agentes imobiliários, referindo que os locais onde se nota mais essa redução é em Tavira, Albufeira, Lagoa, Lagos e Portimão.

O responsável pela imobiliária BIP – Bolsa de Imóveis de Portugal -, João Nogueira, que vende também património de um banco português com “spreads” mais baratos, confirmou hoje à Lusa que a sua empresa também tem notado um crescente interesse de clientes portugueses e estrangeiros pelo imobiliário algarvio.

“O aumento tem-se concretizado, sobretudo com clientes nacionais, embora também estejamos bem posionados com o mercado estrangeiro”, indica João Nogueira, sublinhando que essa procura tem aumentado "muitíssimo mais ultimamente, porque as pessoas estão a investir, sobretudo em imóveis baratos para recuperar e depois alugar ou revender”.

O que dificulta, por vezes, o fecho do negócio é a falta de financiamento dos bancos para fazer face à procura que existe atualmente, alerta aquele responsável da BIP, acrescentando que os clientes têm vantagem em comprar património dos bancos, porque os “spreads” são mais baratos.

Lusa