Orador, na palestra sobre o binómio Educação/Família, promovida no contexto da Semana da Família que aquele estabelecimento de ensino celebra até ao dia 25 deste mês, o padre Feytor Pinto considerou mesmo que “seria possível ultrapassar, através da solidariedade bem organizada, alguns prejuízos económicos”. “Se descobríssemos que vale a pena caminhar com o outro com o mecanismo do amor, então as soluções eram mais fáceis”, afirmou, aludindo à necessidade de “a pessoa sentir que o mais importante é o outro”.

Citando o filósofo, psicólogo e pedagogo Eric Fron, evidenciou que “amar é sair de si para ir ao encontro de outro, para fazer esse outro verdadeiramente feliz”. “Estamos tão longe disto nas famílias, mas também nos conceitos sociais e nas organizações da sociedade. Está tudo voltado sobre si próprio, sobre o próprio umbigo e não reparamos que a atitude redentora que dá felicidade é a dádiva ao outro”, lamentou.

Esta referência do padre Feytor Pinto surgiu quando constatava que “a família começou a desmoronar-se” devido a “cargas negativas” como o “materialismo racionalista”, o “subjetivismo individualista”, a “permissividade hedonista”, a “visão redutora da sexualidade” e o “economicismo autranse” (ver notícia).

O orador, referindo-se à evolução da família, defendeu o conceito de “família alargada”. “Não é necessariamente a que tem mais filhos, é a que tem outras relações, entre gerações e de vizinhança”, explicou, apelando a que se cultive, na família, a “dinâmica de entreajuda da vizinhança”. “Tudo isto foi-se perdendo porque, na grande cidade, caímos no anonimato e não nos damos uns com os outros. Isto é dramático”, lamentou, considerando que “a família alargada vem obrigar a uma relação intergeracional e de vizinhança que faz crescer a família na harmonia que permite ultrapassar as normais dificuldades que qualquer família tem”.

Samuel Mendonça