Francisco Amaral, que preside a um dos municípios mais desertificados e envelhecidos do país e com uma população dispersa por vários montes, disse à Lusa que enviou na semana passada “um pedido de informação à Autoridade Nacional de Comunicação (Anacom) para saber como irá ser feita a distribuição do sinal da TDT no concelho, mas ainda não houve resposta".

Com o pouco tempo que falta para 12 de janeiro, data prevista para o fim do sinal analógico, o autarca do PSD considerou que "seria melhor adiar para evitar que muitas pessoas ficassem sem televisão".

O presidente da autarquia do interior do nordeste algarvio lembrou que, "com o sinal analógico, já há zonas do concelho, como Vaqueiros, em que a câmara é que teve de encontrar formas alternativas de fazer o sinal chegar" à casa das pessoas, que de outra forma não teriam acesso à televisão.

"Se a TDT for introduzida na data prevista, vai logicamente haver muitas pessoas que irá ficar sem acesso o serviço e mais isoladas", alertou Francisco Amaral, frisando que a Anacom entregou o estudo sobre a forma de distribuição do sinal do concelho a uma empresa que tem mantido contactado com a câmara, mas ainda não houve qualquer indicação de como o sinal chegará à casa das pessoas.

O autarca junta-se assim a outros presidentes de câmara do país, que também pediram o adiamento da data para o fim do sinal analógico de televisão, como o de Monchique, Rui André, ou o de Vouzela, Telmo Antunes.

O presidente da Associação Nacional de Municípios, Fernando Ruas, também alertou para os encargos financeiros elevados que os habitantes de zonas com menos cobertura do sinal de TDT terão de ter para conseguirem ver televisão quando o analógico for desligado.

Lusa