O objetivo da Câmara é divulgar as potencialidades de Cuba para promover o investimento de empresários portugueses no país das Caraíbas, aproveitando a abertura aos investidores estrangeiros decidida no último Congresso do Partido Comunista Cubano, realizado em abril.

"Pretende-se assumir a intenção de, no prazo de 90 dias, constituir a câmara com quatro objetivos imediatos: realizar uma Assembleia Geral constituinte, eleger os órgãos sociais, promover as ações necessárias junto das entidades públicas dos dois países para dar início a esta atividade e divulgar as potencialidades de cada um dos países e promover a Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo de Portugal-Cuba", refere o documento assinado hoje.

Os trabalhos para a constituição da Câmara de Comércio Portugal-Cuba têm como principais responsáveis os empresários Carlos Martins, antigo secretário de Estado da Saúde do governo de Durão Barroso, e Américo de Castro.

Carlos Martins explicou que a constituição da câmara já está a ser pensada "desde janeiro" por um conjunto de empresários, e "já foi feito o trabalho de casa, havendo já um projeto de estatutos, uma logo/marca, e contactos formais estabelecidos com a embaixada de Portugal acreditada em Havana e a câmara de Comércio de Cuba".

"É tempo em Cuba, depois do Congresso do Partido Comunista Cubano, de renovar as políticas económicas e abrir a economia cubana aos investimento e às empresas estrangeiras e em Portugal um dos grandes desafios do programa do novo governo é a diplomacia económica e internacionalização da economia das empresas portuguesas em novos mercados", acrescentou.

O embaixador de Cuba em Portugal, Eduardo Lerner, considerou que o acordo para a constituição da Câmara de Comércio Portugal-Cuba surge "num momento importante para os dois países, porque Cuba precisa de investimento e Portugal precisa de investir"

"É uma oportunidade para os dois países ganharem. Cuba desenvolve o país e os investidores recebem o retorno dos seus investimentos", acrescentou o embaixador, frisando que Cuba tem necessidade de desenvolver as áreas energias renováveis e Portugal tem experiência nesse campo.

Lerner considerou ainda que Cuba pode servir de plataforma para os empresários portugueses investirem também em outros países das Caraíbas, América Central e América Latina, que, apesar da crise internacional, é uma região do mundo com crescimento económico.

"O acordo para a constituição da Câmara de Comércio é mais uma iniciativa nova em que a Câmara de Vila Real de Santo António participa, sendo das poucas câmaras do país que terá tido um papel ativo para a criação de um acordo deste tipo com outro país", afirmou, por seu turno, o presidente da autarquia, Luís Gomes, pioneiro no envio de munícipes a Cuba para receberem tratamento médico.

Luís Gomes disse que a Câmara de Comércio abre "oportunidades para a economia e os empresários portugueses" e vai ajudá-los "a conhecerem o país com uma perspetiva justa e real, aproveitando o canal de contactos privilegiados" que a autarquia tem com Cuba.

Lusa