As obras de ampliação e remodelação do aeroporto de Faro, em curso desde 2015, foram ontem inauguradas, mas ainda há trabalhos por concluir na zona das Partidas, que só deverão terminar em agosto.
Em declarações aos jornalistas, o diretor do aeroporto, Alberto Mota Borges, disse que os únicos trabalhos ainda por concluir se referem à área de lojas que ficará instalada na zona de Partidas. As estimativas são de que as estas intervenções terminem no final de julho ou início de agosto.
“A única coisa que está a faltar são lojas, ainda há tapumes, mas é só na área comercial”, disse, frisando que depois o processo de acabamento e instalação das lojas já não é da responsabilidade do aeroporto, mas dos arrendatários dos espaços comerciais.
Segundo o responsável, esta obra, que envolveu um investimento de 32,8 milhões de euros, permitiu triplicar a área do controlo de segurança e também dividir as áreas de controlo de fronteiras para os passageiros que pertencem ao espaço Schengen dos restantes.
Com esta expansão, o aeroporto de Faro aumenta a capacidade de embarque e desembarque do terminal de 2.400 para 3.000 pessoas por hora.
As obras realizadas permitem ainda a adequação da capacidade do terminal de passageiros a um novo sistema de pistas que permite 30 movimentos por hora, em vez de 24, e o estacionamento de 30 a 37 aeronaves.
No piso superior, foi construída uma área destinada ao controlo de segurança e outra destinada a escritórios, além da expansão da área de comércio e restauração.

A intervenção foi projetada devido à alteração do perfil dos passageiros, que passam cada vez mais tempo nas instalações, fruto do aumento das companhias aéreas ‘low cost’ a operar em Faro, que representam aproximadamente 70% do tráfego total.
Segundo a ANA – Aeroportos de Portugal, esta modernização do terminal visa adequar a infraestrutura “a um novo paradigma do transporte aéreo que se verifica em Portugal e em toda a Europa”, que passa pelo aumento da utilização das companhias aéreas de baixo custo.
As modernizações agora concluídas traduzem-se em ajustamentos do “Lado Ar” do aeroporto – que engloba pistas e caminhos de circulação e plataforma de estacionamento – ao tipo de movimento das companhias ‘low cost’ (com aeronaves mais pequenas e de maior frequência) e do “Lado Terra”, com remodelação do parque de estacionamento.
Na cerimónia de inauguração da obra de expansão do terminal do aeroporto de Faro estiveram presentes o primeiro-ministro, António Costa, o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, o presidente da Vinci, Nicolas Notebaert, e o presidente da comissão executiva da ANA, Carlos Lacerda.
O primeiro-ministro atribuiu o crescimento dos números do turismo em Portugal a uma mudança no paradigma da oferta turística, recusando que o fenómeno seja de origem conjuntural, devido à insegurança noutros destinos turísticos concorrentes.
“Se o que está a crescer mais não é o turismo de sol e praia e, mesmo no Algarve, é o turismo na época baixa, significa que está a crescer porque está a melhorar de qualidade, a diversificar a sua oferta e é isso que garante que este crescimento não é meramente conjuntural, mas corresponde a uma mudança do paradigma da oferta turística nacional”, afirmou.

António Costa observou que o turismo nacional tem crescido mais nas regiões cuja oferta não assenta tradicionalmente no sol e praia, mas sim nas zonas urbanas e também no segmento do turismo de natureza, que têm sido “o maior motor do crescimento” turístico.
O primeiro-ministro salientou que, no primeiro semestre deste ano, houve um crescimento de 20% dos passageiros que voaram com destino aos aeroportos nacionais, fator que pode ser explicado pela existência de 66 novas operações aeroportuárias, desde o início do ano.
Só no Algarve, observou, houve um aumento de 18,5% de passageiros entre janeiro e maio, região que, apesar de ser conhecida como um destino de sol e praia, tem registado um crescimento maior do turismo não na época de verão, mas, “pelo contrário, na época baixa”.
“Em 2016, dois terços do crescimento do nosso turismo foi feito na época baixa e entre janeiro e maio de 2017 o crescimento do turismo a nível nacional foi de 20%, o crescimento das dormidas foi de 10,4% e também aqui no Algarve a verdade é que entre janeiro e maio as dormidas já cresceram 9,5%”, sublinhou.
O ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, estimou que a ampliação do aeroporto de Faro vai permitir um crescimento de 50% nos próximos anos, o que pode significar “mais um milhão ou milhão e meio de turistas por ano” e a criação de oito mil postos de trabalho diretos e indiretos.