A Parque Escolar justificou com dificuldades financeiras do empreiteiro os atrasos verificados na entrega das obras da Escola Secundária de Vila Real de Santo António, onde ontem pais e alunos protestaram contra a demora.
Em resposta à agência Lusa, a empresa Parque Escolar, responsável pelas obras de recuperação de dezenas de escolas, remeteu para finais de janeiro do próximo ano o fim das obras ainda em curso, que impedem os alunos de utilizar o segundo bloco de salas de aulas, o refeitório e o ginásio.
A empresa explicou que a “obra da Escola Secundária de Vila Real de Santo António, iniciada em outubro de 2010, foi planeada para se desenvolver em duas fases”, tendo a primeira terminado em setembro de 2011, com uma zona de salas de aula, zona administrativa e a biblioteca.
“Na execução da segunda fase da obra, o empreiteiro — um agrupamento complementar constituído por três empresas — começou a evidenciar grandes problemas financeiros, tendo duas das empresas entrado em processo de insolvência, o que provocou atrasos muito significativos no cumprimento do plano de trabalhos e levou à aplicação de multas contratuais pela Parque Escolar”, referiu a empresa.
Por este motivo, frisou, a segunda fase ainda não se encontra totalmente concluída e prevê-se, “pela continuada dificuldade de mobilização de meios em obra”, que o bloco de sala de aulas e o refeitório que dela fazem parte só estejam concluídos no final de janeiro de 2014.
A Parque Escolar acrescentou que “o programa de requalificação das escolas obedeceu, em todas as intervenções, à execução das obras, em simultâneo” com a manutenção das aulas, tendo isto sido “possível recorrendo à instalação de monoblocos destinados à realização de aulas e outros serviços”.
Sobre as queixas de alunos, professores e pais de que os monoblocos (contentores) apresentam já sinais de degradação, após quatro anos de utilização, a empresa respondeu que tem sempre sido assegurada a conservação e a manutenção dos monoblocos em condições de segurança e conforto.
“Apenas ontem à tarde a direção da escola comunicou à Parque Escolar a ocorrência de infiltrações pontuais que foram prontamente reparadas pelo fornecedor de monoblocos, encontrando-se a situação resolvida na presente data”, assegurou.
Outra das queixas apontadas na manifestação de ontem, que juntou cerca de 200 pessoas à porta da escola às 08:00, foi a impossibilidade de os alunos praticarem Educação Física, por a direção não ter pedido à câmara para utilizar o complexo desportivo, porque pensava que os trabalhos estariam concluídos em setembro.
“Por acordo com a escola, as aulas de Educação Física têm sido realizadas num pavilhão cedido pela autarquia, desconhecendo a Parque Escolar que os alunos, no presente ano letivo, não tenham iniciado as respetivas aulas”, referiu ainda a empresa.
A Lusa também contactou o Ministério da Educação para o questionar sobre a manifestação de ontem, mas até ao momento não recebeu resposta.
O delegado regional de Educação do Algarve, Alberto Almeida, disse “compreender” as dificuldades de alunos e professores e ter sempre servido de ponte entre a escola e a tutela, mas frisou que a resolução do problema não é da sua responsabilidade.