Fonte do departamento de veterinária da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve reconheceu a necessidade de haver um equipamento desse tipo, mas sublinhou que “ainda não apareceram privados interessados em abrir um na região”.
A mesma fonte disse que o Estado não tem, atualmente, capacidade ou intenção de criar uma infraestrutura desse tipo na região, frisando que “tudo é privado a nível nacional”.
Idália Duarte, proprietária de uma fábrica de enchidos na serra de Monchique, lamentou a falta de um matadouro na região, que “obriga a quatro viagens semanais entre o Algarve e Beja, duas para levar animais vivos e duas para trazê-los já abatidos”.
A produtora algarvia criticou o facto de o governo apenas tomar medidas para incentivar o turismo no Algarve, ignorando atividades com tradição na região, como a agricultura.
“Já que acabaram com os matadouros regionais, pelo menos que houvesse um distrital”, defendeu, manifestando a sua preocupação pelas cada vez piores condições oferecidas pelo matadouro de Beja.
Idália Duarte disse que o matadouro da cidade alentejana “está em risco de fechar, houve uma mudança de gerência em junho e falou-se de outra em dezembro, e o pessoal tem sido reduzido, com consequências no serviço prestado”.
Os cortes de pessoal fazem com a “resposta às necessidades dos produtores sejam menores”, obrigando-os a “adequarem o transporte de animais à capacidade de funcionamento cada vez mais reduzida”, explicou.
“Eu ainda continuo a ir a Beja, apesar de não conseguir abater os animais quando eu queria, mas quando eles podem. Mas os meus colegas já estão todos a ir ao Montijo”, afirmou.
A abertura do Matadouro no Litoral Alentejano, situado na freguesia de Vale de Santiago, concelho de Odemira, é vista por Idália Duarte como “positiva, porque se o de Beja encerrar há uma alternativa mais próxima do que o Montijo”.
“É pena é não ser mais cá em baixo, junto ao Algarve”, lamentou, referindo-se à localização do matadouro, no norte do concelho.