O protesto foi o segundo realizado desde que os parquímetros começaram a funcionar, a 2 de abril, e foi organizado por um grupo de cidadãos que discorda da opção tomada pela autarquia. Este protesto contou com trabalhadores, empresários, sindicalistas e dirigentes partidários.

Sara Madeira, que trabalha na zona e foi uma das impulsionadoras do abaixo-assinado que juntou mais de 3.000 pessoas para pedir a suspensão da medida, explicou que “o comércio está às moscas e o Largo do Carmo passou a ser um deserto” depois da introdução dos parquímetros. “Para trazermos o carro para o trabalho temos que pagar 8,20 euros por dia, é um valor incomportável, porque somando 24 dias de trabalho ronda os 160 euros por mês”, apontou.

Marta Sancho foi outra das pessoas que trabalha na zona histórica da cidade de Faro que se juntou ao protesto, já que considera que a medida “está a mexer com o comércio, já se sentem quebras”, Marta Sancho considerou ainda que “podiam ter posto num local, agora em todo o Largo do Carmo é um abuso”.

Igualmente presente esteve Vítor Lourenço, presidente da Junta de Freguesia de São Pedro, para manifestar a sua solidariedade para com os trabalhadores e comerciantes afetados pela colocação de parquímetros.

“Quando este assunto foi abordado pela primeira vez na reunião de trânsito da Câmara de Faro, disse logo que era contra. A Junta de Freguesia também tomou uma posição a opor-se à medida, tentou sensibilizar o presidente da autarquia, Macário Correia, mas mesmo assim ele decidiu avançar”, referiu.

Vítor Lourenço anunciou que vai pedir ao PSD e ao CDS/PP, partidos que sustentam a coligação que lidera o executivo municipal, uma reunião para explicar as consequências negativas que o pagamento de parquímetros tem tido nas pequenas e médias empresas e para os trabalhadores. “Essas consequências são visíveis e as pessoas podem contar com a Junta para esta luta”, acrescentou.

José Vitorino, líder do movimento autárquico Com Faro no Coração e antigo presidente da Câmara, defendeu a necessidade de o atual executivo voltar atrás na medida e renegociar com o concessionário para “não prejudicar tanto os trabalhadores e o comércio”.

Liliana Lourencinho com Lusa