Em comunicado, os socialistas afirmam que o aumento das tarifas, que entrou em vigor a 1 de novembro, vai atingir “o cidadão comum e o pequeno comércio local”, que já estão a ser “muito afetados com os efeitos da crise”.
Em declarações à Lusa, o presidente da autarquia, Luís Gomes, afirma que a Lei da Água impõe que o valor que a água custa às autarquias se aproxime do preço de venda ao consumidor, pelo que é necessário ajustar os tarifários.
De acordo com o PS, a taxa fixa para o consumo doméstico vai aumentar 64 por cento, aumento refutado por Luís Gomes, que diz que as tarifas não são iguais para todos e que as famílias mais carenciadas terão uma redução.
O presidente da autarquia afirmou ainda que o aumento do tarifário será feito “de forma faseada” e que o ajustamento em vigor desde o início do mês não corresponde ainda ao total para que a população não sinta uma “mudança brusca”.
A transferência da gestão da rede de águas e esgotos da autarquia para a empresa municipal Sociedade de Gestão Urbana (SGU), efetuada no verão, é outro dos pontos de discordância entre o PSD e o PS, que diz que a decisão é “irresponsável”.
De acordo com os socialistas, a autarquia irá encaixar 12 milhões de euros com o negócio, montante refutado por Luís Gomes que não se quis alongar em considerações sobre a questão por considerar a acusação “ridícula”.
O PS afirma que a transferência é um exemplo de como a autarquia “tem vivido à custa de artifícios financeiros ruinosos” para a sua sustentabilidade futura e defende que a gestão das águas e esgotos deva ser feita diretamente pela Câmara.
“Não queremos privatizar a água”, sublinha o presidente, acrescentando que a gestão da rede se mantém sob o controlo municipal e que o objetivo da transferência de competências é o de “ganhar eficácia na gestão”.
Lusa