© Samuel Mendonça
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A igreja matriz de Lagoa celebrou em setembro passado 200 anos da sua sagração e, para assinalar a efeméride, a paróquia decidiu lançar-se na realização de uma publicação que recuperasse a história que envolveu esse acontecimento. O livro foi apresentado na última quinta-feira à noite.

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No lançamento da obra, que teve lugar precisamente na igreja que motivou a sua origem, o autor João Vasco Reis esclareceu que aquela não se refere à “história das pedras da igreja”. “Este é um livro de História com muitas histórias de pessoas, de uma comunidade, das nossas gentes, da nossa identidade coletiva, das mentalidades”, frisou, explicando que o livro “está muito longe de estar acabado” porque “a história vai-se descobrindo e revelando” e que o mesmo “está ilustrado com inúmeros documentos inéditos, saídos dos escombros do arquivo paroquial” e é possuidor de “uma grande riqueza de documentação fotográfica”.

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Profusamente ilustrado com inúmeros documentos, fotos, gravuras e gráficos, este trabalho analítico que vem ajudar ao estudo e compreensão da evolução da comunidade lagoense, integra-se assim no contexto das comemorações do bicentenário da sagração da igreja matriz, iniciadas em setembro de 2014, tendo sido editado em colaboração pela paróquia de Lagoa, pela Câmara Municipal e pela União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro.

A obra, intitulada “História da Igreja de Lagoa. Nossa Senhora da Luz (200 anos de História e Memória)”, versa todo o percurso da comunidade lagoense, principalmente desde a sagração da igreja matriz à sua padroeira, Nossa Senhora da Luz, em 1814, recuando aos inícios do século XVI e traçando, desde aí, a evolução da paróquia (e da própria freguesia de Lagoa) até à atualidade.

Com a publicação, cujo prefácio foi escrito pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, dá-se a conhecer a história, local e regional, o governo da paróquia ao longo dos séculos, as suas confrarias e irmandades, as igrejas, capelas, ermidas e oratórios da freguesia, o antigo Convento de São José, as consequências do terramoto de 1755 para Lagoa, a guerra civil e os tempos do Liberalismo, a paróquia e a revolução republicana ao longo do Estado Novo e muitos outros aspetos – até aos dias de hoje – são detalhadamente tratados.

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O investigador e historiador João Vasco Reis desejou que a publicação constitua “um documento que fique para história, para o conhecimento da comunidade paroquial e da freguesia de Lagoa” e garantiu que foi ao pároco que se deve a sua realização. “Com a sua formação académica em História foi muito fácil porque falamos a mesma linguagem. Ele quase sempre foi o mestre e eu, o aprendiz”, declarou.

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O pároco de Lagoa confirmou a sua determinação na concretização do livro. “É com grande alegria que apresento esta obra com que comecei a sonhar desde que assumi responsabilidades, substituindo o padre Oliveira como pároco. Ao longo do tempo, ao consultar atentamente o arquivo paroquial, lendo e relendo muitas dessas fontes histórico-documentais e outras, senti a necessidade de que se viesse a fazer um trabalho que fizesse chegar ao conhecimento dos lagoenses um pouco mais da história desta paróquia e das suas implicações na vida social da povoação”, explicou.

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O prior deseja mesmo que esta “não seja a última obra”. “Se não formos reavivando a memória histórica da nossa terra com publicações deste género, dificilmente os mais novos e as gerações futuras poderão conhecê-la e encantar-se por ela”, sustentou.

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O mesmo desejo foi manifestado pelo presidente da Câmara de Lagoa, Francisco Martins. “Que daqui a uns tempos tenhamos um segundo tópico da história da igreja de Lagoa”, desejou o autarca.

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Para além do presidente da União das Freguesias de Carvoeiro e Lagoa, Joaquim João, que considerou o projeto “deveras importante” para a identidade histórico-religiosa do concelho, o bispo do Algarve também manifestou a sua alegria pela concretização do mesmo e pelo “enriquecimento” que representa para o município. “Gostaria que esta vossa iniciativa servisse de estímulo a outras paróquias. Este livro ajuda-nos a fazer a ponte entre o passado, o presente, que somos nós e aquilo que recebemos, e o futuro que queremos projetar”, afirmou D. Manuel Quintas.

O livro, que está a venda em vários locais públicos de Lagoa, é já a segunda publicação este ano de João Vasco Reis sobre Lagoa. O autor lançou no passado dia 15 deste mês o livro “Lagoa – Imagens e Memória”, no Auditório Municipal daquela cidade.