De acordo com o líder da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, a baixa dos índices de ocupação, que se situará entre 20 e 30 por cento, deve-se em grande parte à crise económica, mas sobretudo às medidas de austeridade previstas no Orçamento de Estado para 2012.

A quebra acentuada verifica-se apesar da "queda significativa" dos preços que estão a ser praticados este ano pelas unidades hoteleiras do Algarve nos seus pacotes de fim de ano, disse.

Por outro lado, tratando-se de uma passagem de ano que acorre de sábado para domingo, as estadias serão encurtadas e o tempo de permanência na região diminui, pois “os programas são para uma ou duas noites, enquanto tradicionalmente são para 3 ou 4”.

A acrescer a estas razões, Elidérico Viegas evocou o encerramento de unidades hoteleiras durante a época baixa, em números inéditos até hoje.

Ainda assim, o dirigente hoteleiro sublinhou que os índices de ocupação de hotéis no Algarve não podem ser comparados com outras regiões, pelo que criticou declarações de dirigentes dessas áreas turísticas segundo as quais “ao contrário do Algarve” já teriam esgotado as reservas para o fim-de-ano.

“A Madeira tem 28 mil camas, que é menos de metade das camas existentes só em Vilamoura, entre classificadas e não classificadas”, comparou, sublinhando que, independentemente da descida prevista, “o Algarve continuará a ser de longe a zona do País que vai receber mais portugueses na passagem de ano”.

Os cerca de 511 estabelecimentos hoteleiros do Algarve contam com um total de 100 mil camas classificadas.

Quanto às portagens na Via do Infante (A22), Elidérico Viegas considerou que se trata de “uma espécie de imposto ou taxa que vai encarecer o Turismo como produto de exportação”.

Contudo, sublinhou que, no que respeita ao fim de ano, a imposição de portagens na A22 não terá muitos reflexos negativos sobre o mercado português, mas sobretudo sobre o espanhol.

“Não me admiraria nada que os empreendimentos algarvios começassem a pagar as portagens na Via do Infante aos turistas espanhóis que passem cá o ano, à semelhança do que está a acontecer no Norte do País”, disse, observando que desconhece situações desse tipo.

Lusa