Em resposta enviada a várias questões do Bloco de Esquerda a que a Lusa hoje teve acesso o ministério sublinha que aquele não é um projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN) e que a Declaração de Impacte Ambiental obteve parecer favorável com condicionantes.
O projeto, que se estende por quase 150 hectares de terreno, na freguesia de Querença, prevê a construção de um campo de golfe, um hotel de cinco estrelas, aldeamentos turísticos e lotes para moradias, devendo estar pronto em 2018.
A Quinta da Ombria tem sido contestada por ambientalistas que dizem que o projeto não é equilibrado, criticando o facto de a ocupação prevista nas camas que serão criadas ser superior à população da freguesia, que tem 800 habitantes.
Em 2004, a Liga para a Proteção da Natureza chegou mesmo a apresentar uma queixa à Comissão Europeia por entender que o projeto constituía uma ameaça poluente ao aquífero Querença – Silves, o maior reservatório de água subterrânea da região.
Em novembro o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou o Ministério da Economia acerca daquele projeto, nomeadamente se constituiria uma opção equilibrada para a região, tendo a resposta sido dada em meados de agosto.
Na resposta do Governo, a que a Lusa teve acesso, lê-se que o golfe da Quinta da Ombria “se enquadra na estratégia de desenvolvimento turístico da região”, contribuindo para “atenuar a sazonalidade” e “aumentar a qualidade do emprego”.
O ministério diz ainda que este projeto consolidará o Algarve como destino internacional de golfe, na atração de “segmentos de mercado com elevado rendimento”, o que para o BE significa que se “continua a apostar no turismo de elites”.
Numa das questões dirigidas pelo BE ao Governo, o partido questionava se o executivo entendia que, “à revelia” do Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (PROTAL), o projeto constituía uma opção “equilibrada” para a região.
Na resposta, o Ministério da Economia frisou que a concretização do Núcleo de Desenvolvimento Turístico na Área de Aptidão Turística de Querença/Tôr não contraria nem está à revelia do atual PROTAL.
Para o Governo este projeto permitirá reduzir as assimetrias regionais de desenvolvimento da região já que o litoral dispõe de mais camas que o interior, mantendo uma “estratégia de coesão territorial”.
Lusa