A quinta abriu há trinta anos para abastecer o mercado inglês de agrião e de saladas no inverno, explica Nuno Pinto, salientando que a nível europeu a Vitacress, entre a produção nacional e a inglesa, é líder na venda daquela planta embalada.

Com uma extensão de 20 hectares, cerca de 90 por cento dos quais para o cultivo de agrião e apenas uma pequena parcela para hortelã, da exploração em Almancil sai todos os dias pelo menos um camião frigorífico carregado de agrião.

A planta ruma depois às estações embaladoras de Odemira, no Alentejo – que abastece todo o mercado nacional desde 2003 -, e do Reino Unido, de onde sairá lavada, embalada e pronta a consumir, sublinha Nuno Pinto.

A produção anual de mil toneladas é distribuída no período de inverno pelos mercados nacional e britânico e nas estações de primavera e verão tem como destino apenas o mercado ibérico.

O aumento na produção daquela planta está de certa forma relacionada com a mudança de hábitos alimentares dos portugueses, que deixaram de consumir agrião apenas da forma tradicional, refere o gestor.

“Em Portugal o agrião era consumido essencialmente para sopas e cada vez mais se começa a consumir fresco, em saladas e sandes, tal como no Reino Unido”, afirma, acrescentando que 10 por cento do agrião produzido em Almancil é biológico.

Segundo Nuno Pinto, uma das vantagens em produzir agrião sob o clima algarvio é o facto de no inverno se poder recorrer a um método através do qual não é preciso voltar a plantar para que o agrião cresça de novo.

“Podemos fazer recrescimentos o ano inteiro o que não acontece nos países do Norte da Europa”, explica, sublinhando que no verão a produção e colheita segue o método tradicional.

A quinta de Almancil da Vitacress emprega diretamente 30 pessoas, que trabalham 365 dias por ano no cultivo, tratamento e apanha de agrião.

A empresa, de origem britânica, foi em 2008 integrada no grupo RAR e é atualmente detida por capital 100 por cento nacional.

Lusa