O hotel, localizado na Rua Miguel Bombarda, no número 64, em Faro, aonde foi encontrado morto o funcionário não tem câmaras de vigilância com sistema de gravação de imagens, o que pode dificultar a identificação dos suspeitos, disse hoje à agência Lusa o sócio gerente da unidade.

Apesar de a unidade estar com lotação completa, devido à realização do Rali de Portugal, não houve testemunhas do crime, que terá ocorrido entre as 06:00 e as 06:45, estimou António Ferrinho, que disse suspeitar de que os criminosos conheciam as rotinas do hotel.

Segundo aquele responsável, a unidade dispõe de duas câmaras no interior, uma junto à porta e outra próxima da sala de refeições, que serviam apenas para visualizar as entradas e saídas num monitor, mas que costumam estar desligadas.

António Ferrinho acredita que os criminosos conheciam o circuito de entrega do pão e as rotinas do hotel, admitindo que o facto de a unidade estar cheia os possa ter levado a pensar que havia muito dinheiro no cofre, que foi levado pelos assaltantes.

Aquele responsável contou à Lusa que o pão fresco do dia foi entregue às 06:00, hora a partir da qual a porta da unidade ficou aberta, tendo a funcionária que deveria dar apoio aos pequenos-almoços entrado ao serviço às 06:45.

A funcionária deu pela falta do rececionista e procurou-o pelo hotel, tendo-se deparado com uma poça de sangue na antecâmara da receção e corrido para a rua a pedir ajuda, contou o sócio gerente do hotel.

“Deve ter sido tudo muito rápido, agrediram-no e meteram-no no quarto”, referiu, acrescentando que o rececionista deve tê-los surpreendido e poderá ter-lhes feito frente, uma vez que era uma pessoa destemida.

A causa da morte do funcionário, ex-jogador de basquetebol do Farense, ainda não é conhecida, mas António Ferrinho suspeita que tenha sido provocada por uma pancada na cabeça, uma vez que, segundo os socorristas que estiveram no local, o homem apresentava uma ferida junto à testa.

O rececionista, que era o responsável pelo turno da noite – entre as 00:00 e as 08:00 – trabalhava naquele hotel há 14 anos e é descrito pelo gerente como uma pessoa “bem-disposta” e “muito ativa”.

A Polícia Judiciária está a investigar o caso.

Redação com Lusa