Prisao_faroUm grupo de reclusos da prisão de Faro está a integrar uma experiência piloto da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) no Algarve para promover a literacia na área do cinema, que poderá tornar-se num módulo de qualificação profissional.

“Queremos perceber de que forma podemos trabalhar com este público-alvo e até eventualmente pensar em tornar esta proposta de trabalho numa proposta que possa servir de qualificação destes adultos”, disse à Lusa Graça Lobo, responsável pelo projeto “Luz ao Fundo da Sala”.

A responsável frisou que a ideia do projeto não é apenas promover o debate em torno da temática dos filmes, mas sim dotar os reclusos de competências no domínio do cinema, “promovendo a literacia fílmica e para as artes em geral”.

As sessões de cinema acontecem ao longo de um dia, uma vez por mês, e vão prolongar-se até abril.

O primeiro filme exibido foi “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin, em novembro, sendo a próxima sessão, a 02 de dezembro, dedicada ao cinema português, com a exibição de dois filmes de animação para adultos.

Segundo Graça Lobo, a ideia é apresentar filmes de diferentes categorias, desde documentários a títulos do cinema clássico norte-americano.

O grupo é composto por 16 reclusos, com uma média de idades de 32 anos, a maioria dos quais com o 9.º ano de escolaridade.

O projeto “Luz ao Fundo da Sala” resulta de uma parceria entre a DGEstE/Algarve, o Estabelecimento Prisional de Faro e o Cineclube de Faro.

A DGEstE participa com as equipas para a qualificação de jovens e adultos e do programa Juventude Cinema Escola (JCE), coordenado por Graça Lobo desde que foi criado, em 1997.