Esta valência da Caritas algarvia, que retomou atividade no passado dia 11 deste mês, após ter sido suspensa em agosto e setembro para “reorganizar os serviços”, funciona na sede da instituição, na rua Brites de Almeida, em Faro, em complementaridade com respostas de outras instituições da capital algarvia como a Santa Casa da Misericórdia (que proporciona almoços), o CASA – Centro de Apoio ao Sem Abrigo ou a paróquia de São Pedro (que facultam jantares noutros dias da semana),
O Refeitório Social, que funciona em sistema de “take away”, começou por fornecer refeições a 40 utentes por dia, mas rapidamente chegou a uma média de quase 50 beneficiários. “Foram aparecendo mais pessoas com o aproximar do verão. Podem ter sido passantes, mas também residentes que nos procuraram porque as escolas fecharam e tiveram necessidade de alimentar aos filhos que eram apoiados pelo SASE – Serviços de Ação Escolar”, testemunha Carlos Oliveira.
As refeições são doadas por escolas, parceiras da Caritas algarvia neste projeto, que oferecem o excedente confecionado nos seus refeitórios e que antes ia diretamente para o lixo. São elas a Escola de Hotelaria e Turismo de Faro, a Escola EB 2.3 Dr. Joaquim Magalhães, a Escola EB 2.3 Dr. José Jesus Neves Júnior e a Escola Secundária de Pinheiro e Rosa.Aquele responsável reconhece que a instituição tem dificuldade em assegurar jantares a mais pessoas, se por ventura a procura continuar a aumentar, como prevê que venha a acontecer. “As perspetivas que temos em relação ao futuro próximo não são nada animadoras. Tudo indica que as pessoas vão ficar de tal maneira «sufocadas» que vão ter de optar entre o pagamento de rendas de casa, água e luz e a alimentação”, augura, destacando que “são as instituições como a Caritas que vão ficar na retaguarda para atender essas ocorrências”.
E o aumento da procura de ajuda sente-se também ao nível das restantes respostas sociais que a Caritas algarvia dá designadamente para pagamento de alojamento, medicamentos, água, luz ou gás. O presidente da instituição explica que até agosto deste ano já tinham sido feitos 901 atendimentos, o que representa já um aumento de 20% em relação a 2010, ano que, por sua vez, já tinha tido um aumento de 90% em relação a 2009. “A Cáritas não irá ter capacidade de resposta para as solicitações que lhe vão aparecer”, adverte Carlos Oliveira.
A juntar a esta situação, o presidente da Caritas algarvia lamenta uma redução dos alimentos provenientes do PCAAC – Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados. “No dia em que fomos levantar a segunda entrega deste ano –, quando já tínhamos tudo estruturado de acordo com o valor inicialmente indicado pela Segurança Social –, foi-nos informado que as massas foram reduzidas em 40%”, relata aquele responsável, garantindo não ter sido dada qualquer justificação para o corte.
A Caritas do Algarve conta entretanto com nova direção que tomou posse, no passado dia 5 deste mês, para o triénio de 2011/2014 e que continua a ter como assistente o padre Carlos de Aquino. Para além de Carlos Oliveira, que continua como presidente, a nova direção é composta por Albino Martins (secretário), Isilda Maria Delfino (tesoureira), Olívia Galante (vogal), Luís Henriques (vogal), irmã Cristina Novo (vogal), Jessy Cerqueira da Silva (suplente). O conselho fiscal é composto por Maria Antonieta Carneiro (presidente), Vanda Rosa (vogal), Rita Chaves (vogal).