A Refer, que gere a rede ferroviária nacional, anunciou hoje o fim da empreitada de 2,9 milhões de euros, entre Olhão e Vila Real de Santo António, a qual, entre outros aspetos, reforça a segurança e melhora a pontualidade.
Os trabalhos tiveram como objetivo o reforço da segurança e melhoria do serviço ferroviário na linha que serve parte do sotavento algarvio, onde os comboios poderão circular com maior velocidade.
“Com esta intervenção o controlo da circulação passa a estar centralizado na mesa de comando de Faro, permitindo uma maior flexibilidade, capacidade e disponibilidade. Toda a Linha do Algarve fica agora dotada da mais moderna tecnologia de controlo e comando de sinalização, deixando a segurança da circulação ferroviária de estar unicamente dependente de fatores humanos”, explica a Refer num comunicado.
A mesma fonte acrescentou que esta modernização da linha “incrementa as velocidades praticadas, em especial na aproximação às estações” e “elimina ou mitiga o potencial risco para a população” dos atravessamentos da via em algumas passagens de nível.
“Resultará assim, além do reforço das condições de segurança, uma melhoria ao nível da qualidade da oferta, no que se refere à pontualidade e à fiabilidade da exploração, beneficiando as condições de mobilidade na região”, considera a empresa.
Os trabalhos agora concluídos integram um plano de investimentos (2007-2014) na Linha do Algarve com um valor global de 35 milhões de euros e que permitiu realizar também “a reabilitação da via, o alteamento de plataformas, a supressão e reclassificação de passagens de nível e melhorias pontuais em edifícios de passageiros”, refere ainda a Refer.
Entre as alterações introduzidas encontra-se o encerramento da passagem pedonal situada junto à estação de Olhão, numa das principais avenidas da cidade, e que era utilizada por centenas de pessoas diariamente.
A 11 de outubro, cerca de 300 pessoas concentraram-se em protesto contra o encerramento da passagem de nível pedonal, alegando que a alternativa existente “não oferece condições” para pessoas com mobilidade reduzida, uma vez que se trata de uma passagem inferior para veículos automóveis, com uma inclinação acentuada e que, quando chove, fica com água.
No protesto convocado pela Câmara e pela Junta de Freguesia de Olhão, os autarcas e a população exigiram a reabertura da passagem pedonal, que tinha sido encerrada em setembro, com a justificação de que a passagem, que liga a Avenida Dr. Bernardino da Silva e a Avenida da República, “aumenta o risco para os utilizadores com o novo modelo de sinalização ferroviária” por causa do aumento da velocidade de circulação.
O presidente da Câmara de Olhão, António Pina, disse na ocasião à agência Lusa que o risco de segurança que a Refer alega podia “ser combatido com o aumento de sinalização visual e sonora”.