O bispo do Algarve anunciou na sua mensagem para esta Quaresma que “por indicação do Conselho Presbiteral” a renúncia quaresmal deste ano reverterá para os Missionários de Santa Teresa de Jesus (teresianos) na Diocese de Viana, em Angola.
D. Manuel Quintas explicou que o apoio, em resposta ao pedido recebido, visará concretamente o projeto de construção de uma casa de formação para os seminaristas do curso de Teologia, “cujas obras prosseguem a um ritmo muito lento, conforme a chegada de donativos para essa finalidade”.
O instituto dos Missionários de Santa Teresa de Jesus, concebido e projetado por Santo Henrique de Ossó, sacerdote espanhol falecido em 1896 que fundou a Companhia de Santa Teresa de Jesus em 1876, foi ereto canonicamente em 2014. O carisma e a espiritualidade teresiana difundidos por aquela companhia fizeram com que o sonho do fundador continuasse vivo na mente e nos corações dos homens e mulheres embebidos pela doutrina anunciada por Teresa de Ávila.
Em muitos lugares houve tentativas de dar continuidade ao sonho de Henrique de Ossó de fundar os missionários teresianos e Angola foi o país onde a semente brotou pela mão do então bispo de Benguela, D. Óscar Braga, e tem vindo a dar os seus primeiros rebentos.
Os Missionários de Santa Teresa de Jesus, que são uma Sociedade de Vida Apostólica, têm os estatutos aprovados pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé como Associação Pública e Clerical de Direito Diocesano.
Os seus membros, ordenados sacerdotes, trabalham e vivem em comunidades nas três paróquias que lhes estão pastoralmente confiadas: a paróquia de Santa Teresa de Jesus, há 13 anos; a paróquia de Santo Henrique de Ossó, há cinco anos; e a paróquia do Bom Jesus, há três anos. Atualmente são cinco sacerdotes e 40 seminaristas, 12 dos quais já no curso de Teologia e três a finalizá-lo, na expetativa de poderem vir a ser ordenados presbíteros ainda durante este ano.
Face a esta realidade, o instituto refere a “necessidade urgente de construir um seminário”, o que tem não tem sido fácil por “falta de meios financeiros”. A obra, iniciada há cerca de cinco anos, continua sem grandes avanços por estar dependente dos apoios que cada membro do instituto vai conseguindo angariar e que os missionários agradecem encarecidamente.
Por não haver um edifício para acolher os seminaristas, os estudantes são enviados para completar estudos e fazer formação em qualquer diocese que aceite acolhê-los. Benguela, Huambo, Luanda, Lubango, Malanje e Sumbe têm sido algumas das que os têm recebido, restando-lhes apenas o período das férias para a vida em comunidade e aprofundamento da sua própria espiritualidade, designado como ‘Mês Teresiano’.
A diocese angolana de Viana foi criada em 2007 por desmembramento da de Luanda e situa-se nos arredores desta. O seu território é equivalente a mais de três dioceses do Algarve e tem dois milhões de habitantes.
Em 2019, a Diocese do Algarve já apoiou a Diocese de Viana, juntamente com a de Luena, em obras ligadas à educação e de âmbito social.
A renúncia quaresmal é uma prática habitual na Igreja Católica durante o período que serve de preparação para a Páscoa. Os fiéis são convidados a privar-se de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.
Bispo do Algarve anunciou o destino das renúncias quaresmais deste ano dos cristãos algarvios