Segundo Carlos Tuta, presidente da empresa Terra Exclusiva, depois de “terem sido ultrapassados alguns percalços burocráticos”, o processo decorre agora com normalidade.
A Alicoop, a maior cadeia de supermercados do Algarve, detentora das empresas Alisuper, Macral e Geneco, entrou em processo de insolvência em agosto de 2009, com uma dívida de cerca de 80 milhões de euros.
Para salvar a empresa e manter os 395 postos de trabalho, os funcionários e os pequenos credores apresentaram um plano de recuperação, que foi aprovado em junho de 2010 pelo Tribunal de Silves, com a “promessa” de financiamento do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e da PME Investimentos.
Contudo, em novembro passado, os responsáveis pela implementação do plano de viabilização acusaram o IAPMEI de “atrasar o processo, com um conjunto de exigências burocráticas impossíveis de concretizar em tempo útil, contrariando todos os compromissos e promessas assumidas desde julho”.
O diferendo acabou por ser ultrapassado, depois da intervenção do Governo, através do secretário de Estado do Comércio e Serviços.
De acordo com o presidente da Terra Exclusiva, os últimos documentos exigidos pelo IAPMEI “foram entregues na segunda-feira”, e manifestou-se confiante “que o financiamento seja aprovado em breve”.
Carlos Tuta lamentou que o atraso na implementação do plano de viabilização esteja a prejudicar “ainda mais” alguns trabalhadores, obrigados ao pagamento de créditos bancários ao BPN, depois de subscreverem um empréstimo de 1,7 milhões de euros, contraído em 2008 para ajudar a Alicoop.
Segundo aquele responsável “a dívida faz parte do plano de viabilização aprovado”, mas Carlos Tuta desconhece, por enquanto, “como é que o mesmo vai ser assumido” pela nova empresa gestora do grupo.
Desempregados, com grandes dificuldades económicas e obrigados ao pagamento das prestações mensais, os trabalhadores classificam a o pagamento como “insustentável”, e apelaram às várias entidades envolvidas no plano para que resolvam a situação.
Entretanto, a Câmara de Silves, aprovou por unanimidade uma proposta do vereador Fernando Serpa (PS), em que solicita a intervenção de Presidente da República e do Governo, no sentido de se conhecer o enquadramento jurídico em que os empréstimos foram contraídos, e “porque foram considerados pessoais ou particulares”.
Lusa