O Secretariado Nacional da Liturgia (SNL), da Igreja Católica em Portugal, publicou o ‘Livro do Admonitor – Liturgia da Palavra – Ano A’, da autoria do cónego Mário de Sousa, biblista e sacerdote da Diocese do Algarve.

“As admonições às leituras que nele se propõem surgem do desejo de ajudar a assembleia dominical a aproximar-se do texto com uma moldura significativa, que a predisponha à sua compreensão literária. Esta é ponto de partida da peregrinação que, sob a condução do Espírito, o texto proclamado realiza até ao santuário interior de cada um dos crentes, onde se torna verdadeiramente Palavra da salvação”, explica o cónego Mário de Sousa, na informação enviada hoje à Agência Ecclesia pelo SNL.

O presidente da Comissão da Liturgia e Espiritualidade, da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) indica que as propostas para as admonições, antes de se proclamarem as leituras, presentes no ‘Livro do Admonitor – Liturgia da Palavra – Ano A’ vão ajudar “a assembleia reunida a escutar melhor a Palavra de Deus, estimulando o espírito de fé e de participação ativa, consciente e frutuosa” na celebração litúrgica.

D. José Cordeiro, arcebispo de Braga, explica que na Liturgia da Igreja chama-se, monição ou admonição, “às palavras que se dirigem, não a Deus, mas à assembleia celebrante”, e lembra que o serviço de monitor “é um ministério litúrgico muito antigo, que o diácono assumia normalmente”, atuando de intermediário entre o presidente e a comunidade.

O cónego Mário de Sousa assinala que “por muito belo e significativo que seja um texto” quando se retira o contexto “corta-se-lhe também parte da compreensibilidade, podendo inclusivamente induzir o leitor em erro”, no sentido de o conduzir a conclusões que “não estavam presentes na intenção do autor”.

“Isto torna-se particularmente importante no que respeita aos textos bíblicos. A Palavra de Deus que eles guardam, embora tenha uma natureza intemporal, foi dirigida pelo Senhor em contextos históricos ou comunitários muito específicos”, acrescenta o sacerdote biblista, que é o coordenador da Comissão da Tradução da Bíblia da CEP.

O presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, com o Secretariado Nacional de Liturgia, agradece ao cónego Mário de Sousa “o belo contributo bíblico e litúrgico” presente no ‘Livro do Admonitor’, monições simples, fiéis ao texto, breves, “preparadas com diligência e adaptadas de forma variada ao texto que devem introduzir”.

O cónego Mário de Sousa, natural de Vila Real de Santo António, é professor de Novo Testamento no Instituto Superior de Teologia de Évora, diretor do Centro de Estudos e Formação de Leigos do Algarve e presidente Associação Bíblica Portuguesa desde 2017. Em 2020 foi nomeado pela Conferência Episcopal Portuguesa coordenador da sua Comissão da Tradução da Bíblia.

Atualmente pároco na igreja matriz de Portimão e deão do Cabido da Sé de Faro, a formação do cónego Mário de Sousa foi feita no Instituto Superior de Teologia de Évora, passou pela Universidade Católica de Lisboa, tendo licenciatura em Teologia e em Ciências Bíblicas, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e o doutoramento, em Teologia Bíblica, na Universidade Gregoriana de Roma.

Entre outras publicações é autor de “Introdução ao Evangelho de S. João”, “«Para que também vós acrediteis». Estudo exegético-teológico de Jo 19,31-37” e “Os encontros de Jesus no Evangelho de São João”.

Agência Ecclesia