"Há portos a nível nacional que têm um peso exagerado naquilo que são as necessidades para a sua manutenção e o retorno que geram", afirmou, sublinhando que é necessário refletir se é boa política manter a atividade desses portos.

Manuel Pinto de Abreu falava aos jornalistas à margem da cerimónia de inauguração de uma fábrica de conservas, no porto de pesca de Olhão, que resulta da desativação de uma antiga unidade e representou um investimento de 5,5 milhões de euros.

Durante o seu discurso, o governante defendeu que deve haver uma visão empresarial para os cerca de 100 portos de pesca e ancoradouros portugueses, para que possam ter mais retorno financeiro e não constituam um "fardo" para os contribuintes.

O secretário de Estado sublinhou que o Porto de Olhão não é um desses casos e anunciou, para o primeiro semestre do ano, um investimento de 250 mil euros para obras de melhoramento na estrutura, nomeadamente no piso, na iluminação e na portaria.

"A situação em que o porto [de Olhão] está neste momento decorre do facto de não ser feito investimento desde 1990", explicou, sublinhando que a estrutura "não está ao abandono".

O Porto de Olhão tem sido alvo de vários furtos e necessita de uma nova vedação, mas Manuel Pinto de Abreu referiu que ainda não há verba disponível e quem tem que ser lançado "um novo procedimento".

À entrada do porto, um pequeno grupo de pescadores aguardava a chegada do governante, empunhando faixas e cartazes a contestar a lei que proíbe o uso de caranguejo vivo como isco para capturar polvo.

A unidade que foi ontem inaugurada resulta da desativação de uma fábrica que existia há mais de 100 anos na cidade e que vai agora ser transferida para as novas instalações, iniciando a laboração na segunda-feira.

A antiga J.A Pacheco – agora Farias Mar – emprega atualmente cerca de 90 pessoas, prevendo-se que venha ainda a criar 30 novos postos de trabalho, disse aos jornalistas o dirigente da unidade, José Farias.

A fábrica aposta na produção de conservas de alta gama e tem uma capacidade de produção de cerca de 4.000 toneladas por ano, que são na sua maioria para exportação, sobretudo para Itália.

Lusa