A Igreja algarvia, unida na fé e na esperança da ressurreição, quis sufragar a alma do falecido e dar graças pelo dom da sua vida, pelo dom do sacerdócio e pelo dom do seu serviço à Igreja em Portugal e, nomeadamente, no Algarve.
A celebração das exéquias do falecido, presididas por D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, e concelebradas por D. Serafim Ferreira e Silva, bispo emérito de Leiria-Fátima e amigo de monsenhor Sezinando Rosa desde a década de 60, quando ambos partilharam uma casa em Lisboa, decorreu na igreja de Alcantarilha, onde o falecido foi pároco durante mais de uma década, concelebrada ainda por 22 sacerdotes, alguns de fora da diocese, e participada por quatro diáconos.
Na homilia da celebração, o bispo do Algarve destacou o sentido da mesma. “Estamos reunidos na fé e na esperança na ressurreição. Sabemos, à luz da fé e da ressurreição de Cristo, que esta vida não acaba e apenas se transforma. E é essa certeza que nos reúne hoje em eucaristia”, sustentou D. Manuel Quintas.
O prelado acrescentou que, “quando morremos, morre em nós aquilo que é passageiro e perecível”. “Aquilo que não é passageiro, não morre porque tem a dimensão da eternidade. Os valores que norteiam e as atitudes que qualificam a nossa vida, permanecem para sempre”, referiu.
D. Manuel Quintas centrou-se, sobretudo, no testemunho da vida de monsenhor Sezinando Rosa. “Vi nele sempre um sinal de que somos sacerdotes, não apenas para uma paróquia e diocese, mas para o mundo todo e, concretamente, para a Igreja em Portugal”, afirmou, lembrando que o falecido dedicou à Igreja portuguesa “a sua juventude sacerdotal, sabedoria e entusiasmo”. “Isto, para nós, é apelo a um serviço mais vasto. É importante viver e celebrar a fé com esta dimensão de universalidade que define a Igreja”, acrescentou.
O bispo do Algarve destacou mesmo que o entusiasmo do sacerdote não esmoreceu na última fase da sua vida. “Vi nele sempre um entusiasmo muito grande na Igreja, nos programas pastorais, nas iniciativas, causando até admiração em todos nós, mais jovens. Mesmo recentemente, já acamado, nos momentos da sua lucidez temporária, via nele o desejo e a necessidade de ajudar os colegas sacerdotes e de continuar ao serviço da Igreja diocesana”, referiu, considerando que o monsenhor Sezinando Rosa “era alguém a quem o peso da idade, embora vergasse exteriormente, mantinha interiormente sempre viva essa chama apostólica do entusiasmo por Cristo, pelo testemunho de fé, talvez colhida nos anos da sua juventude em que esteve ao serviço da Ação Católica”.
D. Manuel Quintas desejou que a vida do falecido “seja exemplo e apelo de participação ativa na construção de paróquias vivas e missionárias, entusiasmadas por Cristo e pelo anúncio do evangelho, que vivem a dimensão da caridade e do amor fraterno” e desejou o aumento de vocações consagradas. “Estou certo de que, com o seu entusiasmo e amor à Igreja, constituirá para todos nós, junto de Deus, um intercessor no aumento de vocações de consagração”, afirmou.
O cónego monsenhor Sezinando Rosa foi sepultado no cemitério de Alcantarilha.
Samuel Mendonça