Ao fazer um balanço do exercício, o governador civil de Faro em funções, Silva Gomes (que substituiu a governadora civil, Isilda Gomes, ausente devido a morte de um familiar), agradeceu o envolvimento das câmaras algarvias e dos seus conselhos municipais de Protecção Civil, num trabalho que permitiu identificar questões a serem reformuladas no Plano, atualmente em elaboração.
O comandante distrital de Operações de Socorro de Faro, Vaz Pinto, explicou, por sua vez, que, “mesmo antes de o simulacro se ter realizado, já tinham sido identificados alguns problemas que necessitavam de ser corrigidos”.
“Agora, os observadores e avaliadores vão fazer os seus relatórios e tudo aquilo que for identificado para ser corrigido será alterado para depois o Plano ser submetido a aprovação”, acrescentou.
A última reunião para apresentar as conclusões retiradas do exercício de hoje está marcada para 12 de janeiro e, depois de serem feitas as alterações consideradas necessárias, o PEERST-Alg será submetido à aprovação da Comissão Distrital de Protecção Civil e, posteriormente, da Autoridade Nacional de Protecção Civil.
Vaz Pinto sublinhou ainda que o exercício serviu para testar a “resposta operacional” da Protecção Civil perante a catástrofe e “mostrou que o Algarve já conta com uma rede de comunicações que dá garantias”.
“Temos uma rede dos bombeiros que cobre mais de 90 por cento da região, outra da Protecção Civil que também anda nesses números e dispomos agora da rede Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), que foi a que utilizámos no exercício e cobre também a região quase a 100 por cento”, afirmou.
O sismo, idêntico ao que destruiu Lisboa em 1755, provocaria um número de mortos entre os 1097 e os 5897, deixaria quase 93 por cento da população sem eletricidade, sem telefones fixos ou móveis, segundo o simulador criado para ajudar as autoridades a prever cenários em caso de terramoto, no âmbito do Estudo de Risco Sísmico e de Tsunamis do Algarve.
O terramoto causaria ainda um número de desalojados entre os 11815 e os 32654, deixaria um equipamento de saúde inoperacional, assim como as redes ferroviárias, mas a autoestrada A2 permitiria o acesso ao Algarve e a A22 (Via do Infante) também permaneceria transitável na sua quase totalidade.
No centro de comando operacional, com tendas e camiões montados para o simulacro no Mercado Abastecedor da Região de Faro (MARF), a Protecção Civil dispôs ainda de uma ferramenta que lhe permite saber, concelho a concelho, o número e tipo de ocorrências registadas, os meios envolvidos para resolvê-las e a capacidade de resposta local, assim como os números de mortos, feridos e desaparecidos.
Lusa