“É lamentável que exista uma entidade patronal que coloque uma oferta de emprego exigindo as habilitações escolares e profissionais normais para a docência, mas desvalorize tanto essa função”, reagiu à Lusa a vice-presidente do Sindicato de Professores do Sul, Celeste Sousa.
O delegado regional do IEFP, Carlos Baía, esclareceu à Lusa que todas as ofertas inseridas no ‘site’ passam por um processo de validação prévio, efetuado pelos Centros de Emprego da área onde se inserem os postos de trabalho.
Aquele responsável explicou que a oferta em causa prevê uma retribuição igual ou superior à remuneração mínima mensal garantida por lei, pelo que cumpre os requisitos legais exigidos pelo Código do Trabalho.
Neste caso, o anúncio, a tempo parcial, oferece quatro euros por hora, o que perfaz uma remuneração de 440 euros mensais com base num horário semanal de 25 horas, o que numa oferta a tempo completo equivaleria a 704 euros por mês.
“Importa referir que os valores praticado pelas ofertas de emprego não são da responsabilidade do IEFP”, ressalvou, acrescentando que “frequentemente, o empregador opta por publicitar valores de referência mínimos, que acrescem em sede de entrevista ao candidato, em função das competências que o mesmo demonstre possuir”.
Celeste Sousa admite que este não é um caso isolado e que mesmo que o IEFP não divulgasse estas ofertas o problema iria manter-se porque “existem entidades empregadoras oportunistas e trabalhadores à beira do desespero”.
Lembrando que os professores que trabalham em centros de explicações não têm uma tabela salarial que sirva de baliza, Celeste Sousa frisou a importância de garantir remunerações mais adequadas.